ANÁLISES

AGRO


SOJA


MILHO


ARROZ


ALGODÃO


TRIGO


FEIJÃO


CANA


CAFÉ


CARNES


FLV


INSUMOS

19/Nov/2025

Preços do algodão firmes no mercado doméstico

A posição firme dos vendedores e o interesse comprador por produtos de melhor qualidade dão certa sustentação aos preços do algodão em pluma no Brasil. No cenário externo, os novos dados de oferta e demanda divulgados pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) e as desvalorizações do petróleo pressionaram as cotações nos Estados Unidos e na China. No Brasil, os vendedores estão atentos ao bom avanço das exportações e focados no cumprimento de contratos no mercado doméstico. Os compradores buscam ajustar os estoques para as últimas semanas de atividades de 2025 e para o início de 2026. O Indicador CEPEA/ESALQ, com pagamento em 8 dias, registra avanço de 0,7% nos últimos sete dias, cotado a R$ 3,44 por libra-peso. Mesmo assim, nesta parcial de novembro, o Indicador registra queda de 1,12%. A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) mantém suas projeções de oferta para a nova temporada em linha com as registradas em 2025.

Nos dados divulgados no dia 13 de novembro, a Conab estimou a produção nacional de pluma em 4,03 milhões de toneladas na safra 2025/2026, 1,2% inferior à de 2024/2025. Porém, como os estoques iniciais de janeiro/2026 devem ser elevados, a disponibilidade interna deve ficar 6,5% acima da registrada em 2025, para 6,8 milhões de toneladas. Deste total, 730 mil toneladas devem ser consumidas internamente e 3,06 milhões de toneladas, exportadas. Mesmo assim, em dezembro/2026, os estoques finais devem superar 3 milhões de toneladas, um recorde. Vale destacar que as exportações seguem a todo vapor. Na primeira quinzena de novembro, os embarques somaram 244 mil toneladas, 18,5% inferior ao volume verificado em todo o mês de novembro de 2024 (299,5 mil toneladas). Se esse ritmo continuar, os embarques podem superar 460 mil toneladas em novembro.

Os novos dados do USDA, divulgados no dia 14 de novembro, elevaram a oferta mundial e mantiveram o consumo, o que implica em estoques de passagem mais elevados, motivando quedas nos preços internacionais. A produção mundial de 2025/2026 deve ficar 0,7% acima da registrada em 2024/2025, chegando a 26,145 milhões de toneladas, devido aos maiores volumes da China e do Brasil e à queda menos intensa na oferta dos Estados Unidos. As estimativas de consumo mundial, por sua vez, permaneceram estáveis (-0,1%) frente à temporada passada, em 25,883 milhões de toneladas. Mesmo assim, houve elevação na estimativa de importações do Vietnã e da China em comparação com os dados de setembro/2025, e foi mantida a previsão de maiores compras externas por parte de cinco dos sete maiores importadores mundiais.

As transações mundiais estão previstas em 9,580 milhões de toneladas, o que equivale a 36,6% da produção mundial. Espera-se que Brasil e Estados Unidos possam se beneficiar dos maiores volumes de transações no mundo. A preocupação é com o aumento dos estoques, que voltam a representar 63,9% do consumo, acima do verificado na temporada passada. Do total dos estoques mundiais, 46,3% estão previstos para a China. A paridade de exportação (FAS) é de R$ 3,44 libra-peso (64,73 centavos de dólar por libra-peso) no Porto de Santos (SP) e de R$ 3,45 por libra-peso (64,93 centavos de dólar por libra-peso) no Porto de Paranaguá (PR), com base no Índice Cotlook A, referente à pluma posta no Extremo Oriente. Na Bolsa de Nova York, o vencimento Dezembro/2025 registra recuo de 3,03% nos últimos sete dias, para 62,36 centavos de dólar por libra-peso; Março/2026, 2,6%, para 64,06 centavos de dólar por libra-peso; Maio/2026, 2,5%, para 65,25 centavos de dólar por libra-peso; e Julho/2026, 2,33%, a 66,35 centavos de dólar por libra-peso. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.