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27/Nov/2025

Preços sustentados por postura firme de vendedor

O algodão brasileiro mantém forte ritmo de exportação em novembro, mas enfrenta queda nos preços internacionais e sinais de menor rentabilidade para a próxima safra. No mercado doméstico, as cotações continuam praticamente estáveis, sustentadas pela retração de vendedores e pelo foco no cumprimento de contratos. Na parcial do mês, o Brasil embarcou 323,1 mil toneladas de algodão em pluma, volume 7,9% superior ao total exportado em novembro de 2024 e quase 10% acima de outubro, de acordo com dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex). Caso o ritmo se mantenha, os embarques em novembro devem superar 438,5 mil toneladas, o maior volume mensal de 2025. Os preços médios de exportação estão em 72,13 centavos de dólar por libra-peso, queda de 1,9% em relação a outubro e 11,7% abaixo de igual período do ano passado, o menor nível desde janeiro de 2021.

No mercado interno, o Indicador Cepea/Esalq, com pagamento em 8 dias permanece praticamente estável nos últimos sete dias, a R$ 3,47 por libra-peso, reduzindo a queda acumulada em novembro para 0,42%. Os vendedores continuam priorizando contratos firmados, que oferecem remuneração mais atrativa do que o mercado spot, enquanto indústrias compram apenas volumes pontuais, com demanda concentrada em lotes de maior qualidade. A paridade de exportação (FAS) é de R$ 3,45 por libra-peso no Porto de Santos (SP) e de R$ 3,46 por libra-peso no Porto de Paranaguá. Em Mato Grosso, as paridades se mantêm em trajetória de baixa. Conforme o Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea), a paridade dezembro/2025 atingiu R$ 104,71 por arroba no dia 14 de novembro, o menor nível para esse vencimento desde setembro de 2020. A paridade julho/2026 chegou a R$ 117,66 por arroba.

A pressão está ligada à combinação entre cotações mais baixas na Bolsa de Nova York e queda do dólar desde meados de outubro. Na Bolsa de Nova York, os preços seguem pressionados pelo excesso de oferta global e pelo consumo têxtil ainda fraco. O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) informou que a colheita atingia 79% da área até o dia 23 de novembro, abaixo dos 83% registrados há um ano e da média de cinco anos, de 80%. O Texas, principal Estado produtor, colheu 70% da área, 9% atrás do ritmo de 2024. Apesar disso, o USDA elevou recentemente a estimativa de produção norte-americana para 3,073 milhões de toneladas na safra 2025/2026.

Na cadeia têxtil brasileira, as exportações somaram US$ 547,4 milhões em outubro, alta de 52% em relação a setembro, mas 4,9% abaixo de igual mês de 2024. As importações totalizaram US$ 580,3 milhões, avanço mensal de 10,4% e maior valor em 12 meses. Com isso, o déficit comercial do setor foi de US$ 32,93 milhões em outubro e acumula US$ 621,8 milhões no ano, acima dos US$ 270 milhões de igual período de 2024. Em paralelo, a comercialização do caroço segue em ritmo pontual. Dados do Imea apontam que 70,37% do volume da safra 2024/2025 já foi negociado em Mato Grosso, abaixo dos 78,97% registrados um ano antes e da média dos últimos cinco anos. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.