01/Dec/2025
Segundo a Agroconsult, a área plantada de algodão no Brasil deve recuar 2,6% na safra 2025/2026, para 2,16 milhões de hectares, após ter alcançado 2,21 milhões de hectares no ciclo atual. A produção de pluma está estimada em 4,10 milhões de toneladas, retração de 3,5% frente às 4,27 milhões de toneladas de 2024/2025. Os estoques finais devem subir de 1,01 milhão para 1,12 milhão de toneladas. A expectativa inicial do setor era de expansão próxima de 100 mil hectares, mas a dificuldade de fixar grandes volumes a prazos longos reduziu o ímpeto de plantio. Essa mudança da liquidez e da dificuldade de fixar grandes volumes num prazo distante segurou o ímpeto. Foram consultados 40 dos maiores grupos produtores antes da revisão da projeção.
A relação de rentabilidade entre milho 2ª safra e algodão de 2ª safra também pesou na decisão. A combinação soja-algodão continua competitiva, mas a diferença para o milho diminuiu. Para o milho é possível travar volumes grandes com usinas. No algodão, para assegurar essa rentabilidade, não há no mercado essa liquidez. Apesar do recuo na área e produção, as exportações devem alcançar 3,30 milhões de toneladas em 2025/2026, acima das 3,10 milhões de toneladas projetadas para 2024/2025. O Brasil ampliou sua participação no comércio mundial de algodão de 4% em 2013/2014 para 32% em 2024/2025, consolidando-se como maior exportador global. No mesmo intervalo de dez anos, os Estados Unidos variaram de 22% para 24% de participação no fluxo global, enquanto a Austrália passou de 16% para 24%.
A Índia atingiu 14%. O Brasil ganhou espaço porque entregou volume, regularidade e qualidade em um período em que outros tiveram dificuldades. O Brasil também mudou o padrão de sazonalidade das exportações. Enquanto os Estados Unidos concentram embarques no início do ano e a Austrália entre junho e julho, o Brasil distribui volumes significativos de setembro a março, reduzindo lacunas sazonais no abastecimento internacional. O quadro internacional segue pressionado por estoques elevados. A oferta global é projetada em 26,2 milhões de toneladas em 2025/2026, acima da demanda de 25,9 milhões de toneladas. O problema não é rentabilidade. O problema é o ‘gigantismo’ e as consequências na formação de preço, liquidez e dinâmicas de contratos on call. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.