03/Dec/2025
Depois de atingirem um pico em maio deste ano, os preços médios do algodão em pluma vêm, desde então, registrando quedas mensais consecutivas. Já são seis meses seguidos de baixa, levando a média de novembro ao menor patamar desde setembro de 2009, em termos reais (IGP-DI de outubro/2025). Esse cenário é resultado da maior oferta nacional, da demanda interna retraída e do enfraquecimento nos valores internacionais. Ainda que as exportações continuem apresentando excelente desempenho, os estoques de passagens devem permanecer elevados. A média de novembro foi de R$ 3,45 por libra-peso, com baixa de 1,91% em relação à média de outubro/2025, de 12,5% sobre novembro/2024 e a menor desde setembro/2009, quando esteve em R$ 3,40 por libra-peso, em termos reais.
Em dólar, a média mensal doméstica foi de US$ 64,44 centavos de dólar por libra-peso, valor 2% acima do primeiro vencimento da Bolsa de Nova York (63,21 centavos de dólar por libra-peso), mas 14,3% inferior ao Índice Cotlook A (75,23 centavos de dólar por libra-peso). Ao longo de novembro (de 31 de outubro a 28 de novembro), o Indicador CEPEA/ESALQ, com pagamento em 8 dias, acumulou queda de 0,23%, ficando abaixo da paridade de exportação. No entanto, nos últimos sete dias, especificamente, o Indicador apresenta reação, com avanço de 0,43%, cotado a R$ 3,46 por libra-peso. Agentes já começam a se programar para o recesso de final de ano e adquirem a matéria-prima de forma pontual. Entre os vendedores, há aqueles com maior necessidade de caixa e/ou que buscam liquidar lotes e aceitam valores menores nas efetivações de negócios.
Ainda assim, a dificuldade de acordo quanto ao preço e/ou à qualidade dos lotes disponibilizados também tem limitado a maior liquidez. Além dos embarques dos contratos a termo, os agentes estão buscando realizar novas programações, tanto para o início de 2026 quanto envolvendo lotes da próxima temporada. No campo, as atenções estão voltadas ao início do cultivo da nova temporada, com avaliação das perspectivas climáticas para o novo cultivo. Quanto ao beneficiamento do algodão, dados da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa) mostram que, até 27 de novembro, já chegou em 81,73% da safra 2024/2025 no País. Em Mato Grosso, o percentual era de 79%, e, na Bahia, de 92%.
Nos últimos dias, a paridade de exportação (FAS) está mais firme. No entanto, entre 31 de outubro e 28 de novembro, caiu 4,1%, para R$ 3,46 por libra-peso (64,95 centavos de dólar por libra-peso) no Porto de Santos (SP) e R$ 3,47 por libra-peso (65,15 centavos de dólar por libra-peso) no Porto de Paranaguá (PR), com base no Índice Cotlook, referente à pluma posta no Extremo Oriente. Na Bolsa de Nova York, de 31 de outubro a 28 de novembro, o vencimento Dezembro/2025 caiu 4,01%, para 62,91 centavos de dólar por libra-peso; o Março/2026 recuou 3,03%, para 64,71 centavos de dólar por libra-peso; Maio/2026 registrou baixa de 2,92%, para 65,92 centavos de dólar por libra-peso; e Julho/2026, de 2,98%, para 66,96 centavos de dólar por libra-peso. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.