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16/Dec/2025

Preços do algodão devem iniciar 2026 pressionados

Segundo o Itaú BBA, o mercado de algodão deve iniciar 2026 ainda pressionado pela combinação entre estoques elevados e demanda global fraca, sem sinais de gatilhos capazes de reverter a trajetória de preços no curto prazo. A projeção é de estoques finais recordes de 3 milhões de toneladas no Brasil ao término da safra 2025/2026, mesmo com exportações previstas para superar 3 milhões de toneladas. Em novembro, o algodão acumulou a sexta queda mensal seguida, com a pluma cotada a R$ 3,24 por libra-peso em Rondonópolis (MT), recuo de 3,1%. Na Bolsa de Nova York, os contratos futuros fecharam o mês com queda de 1%, para 63,00 centavos de dólar por libra-peso. No início de dezembro, o panorama de desvalorização continuou, com o março operando ao redor de 62,50 centavos por libra-peso, queda adicional de 1%.

O movimento reflete a ampla oferta da safra 2024/2025, resultado do aumento da área plantada e da elevada produtividade. O beneficiamento da pluma já atingiu 70%, conforme dados da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), e a chegada contínua de produto ao mercado mantém os compradores retraídos. A conclusão da colheita e o aumento do volume beneficiado, somados à demanda interna e externa ainda fraca, continuam pressionando as cotações. O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) elevou a produção norte-americana e reduziu o consumo, resultando em estoques finais próximos de 1 milhão de toneladas. No Brasil, o consumo foi revisado para baixo, de 800 mil para 700 mil toneladas em 2025/2026.

O consumo global também caiu, de 25,9 milhões de toneladas para 25,8 milhões de toneladas. A produção mundial deve alcançar 26,1 milhões de toneladas na safra 2025/2026, enquanto o consumo permanece abaixo da oferta, mantendo superávit de cerca de 258 mil toneladas. Os estoques finais mundiais devem atingir 16,5 milhões de toneladas, acima das 16,2 milhões de toneladas da safra 2024/2025. No Brasil, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) projeta produção de pluma em 4,03 milhões de toneladas na safra 2025/2026, queda de 1,2% em relação ao ciclo anterior. Porém, com os estoques iniciais elevados de janeiro de 2026, a disponibilidade interna deve ficar 6,5% acima da registrada em 2025, para 6,8 milhões de toneladas. A Conab estima consumo interno de 730 mil toneladas e exportações de 3,06 milhões de toneladas.

Mesmo assim, os estoques finais devem superar 3 milhões de toneladas em dezembro de 2026, um recorde. A demanda interna deve permanecer estável, ainda limitada por fatores econômicos como juros elevados, que afetam o consumo de têxteis e vestuário. No cenário externo, a maior safra brasileira amplia a competição, mas a demanda ainda não sinaliza recuperação consistente. A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) prevê desaceleração do crescimento global de 3,2% em 2025 para 2,9% em 2026, o que pode impactar o consumo de têxteis. A perspectiva de uma recuperação mais significativa nos preços permanece limitada diante do cenário de elevada produção global, excesso de oferta e projeção de estoques elevados ao término da temporada comercial. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.