14/Dez/2022
De acordo com as últimas estimativas da FAO, a produção mundial de arroz em 2022 deve cair 2,4% para 772,3 milhões de toneladas (512,8 milhões de toneladas base beneficiado) contra 791,6 milhões de toneladas em 2021. É a maior contração anual desde 2002 devido às más condições climáticas no sul da Ásia, especialmente na Índia onde a cultura principal pode cair 4,5%. Na China, deve haver uma queda de 1,3% na produção. Porém, as safras na Tailândia e no Vietnã devem aumentar 1%. Nos Estados Unidos, a produção caiu 14% como resultado de uma nova redução nas áreas arrozeiras. No Mercosul, a produção caiu 8%, voltando ao seu nível de 2020. Na África Subsaariana, a produção de arroz foi novamente perturbada pela falta de insumos e inundações. Entretanto, a produção 2022/2023 pode melhorar, especialmente na África Ocidental. Em 2022, espera-se que o comércio mundial do arroz aumente 5,6% para 54,5 milhões de toneladas.
Esta estimativa foi elevada em relação ao mês anterior devido à atenuação das restrições à exportação da Índia que haviam sido anunciadas no início de setembro. Em contraste, os impactos do declínio da produção global em 2022 serão sentidos em 2023, com a redução prevista do comércio mundial em 2,9% para 52,9 milhões de toneladas. Na Ásia, as necessidades de importação permanecem estáveis, enquanto na África Subsaariana, as importações aumentaram de 6% em 2022, principalmente devido ao reavivamento das importações da Nigéria e da Costa do Marfim. No hemisfério oeste, as importações também devem aumentar, assim como na União Europeia. Do lado dos exportadores, as vendas da Índia podem atingir cerca de 21 milhões de toneladas, com uma leve diminuição de 2% em comparação ao volume recorde de 2021, mantendo assim sua liderança com 40% das exportações mundiais.
A Tailândia e o Vietnã podem terminar o ano quase ao mesmo nível graças à forte atividade do mercado externo no final de 2022. Os estoques mundiais de arroz no final de 2022 devem aumentar 1,7%, para 197,1 milhões de toneladas contra 193,8 milhões de toneladas em 2021, representando 38% das necessidades de consumo mundial e permanecendo acima da média dos últimos cinco anos. A queda de 2% nos estoques da China deve ser compensada pelo aumento de 16% nos estoques da Índia. Entretanto, os estoques chineses continuam abundantes, equivalentes a 65% do consumo anual doméstico e 50% dos estoques mundiais. Nos principais países exportadores, os estoques aumentaram 15% para 63 milhões de toneladas, já representando 32% dos estoques mundiais. Em 2023, espera-se que os estoques mundiais diminuam 1,6% devido à queda anunciada da produção mundial em 2022/2023. Fonte: Informativo Mensal do Mercado Mundial de Arroz - CIRAD. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.