16/Jun/2020
De acordo com o estudo Consumer Insights, da consultoria Kantar, influenciado pelas medidas restritivas impostas para conter o avanço da pandemia, o consumidor brasileiro passou a fazer compras em mercadinhos de bairro, pequenos varejos e varejos tradicionais (mercearias, bares e padarias) para evitar aglomeração. Mais de 2 milhões de lares passaram a comprar em pequenos comércios e pouco mais de 1,2 milhão em varejos tradicionais, no primeiro trimestre de 2020, em comparação com o último de 2019. O crescimento nas compras também foi verificado nos supermercados de bairro: pouco mais de 200 mil entrevistados direcionaram seu consumo para esses estabelecimentos. Para 60% dos consumidores, a mudança aconteceu para evitar aglomerações; 59,6% recorreram às lojas de bairro e ao pequeno comércio para não ter grandes deslocamentos, e 53,5% para buscar preços mais acessíveis.
Antes da pandemia, as compras se concentravam principalmente em atacarejos. O estudo revelou também que na comparação anual, o primeiro trimestre de 2020 registrou um crescimento de 7,7% no gasto médio em bens de consumo massivos (bens não duráveis, como alimentos, enlatados, produtos de higiene) e um aumento de preços de 4,8%. No período, o consumidor foi mais vezes aos pontos de venda, um aumento de 4,6% na frequência, enquanto a quantidade de unidades compradas por viagem diminuiu 1,7%. Com a mudança no hábito de consumo do brasileiro, os produtos mais adquiridos durante a pandemia também registraram mudanças. No pré-isolamento, foi identificada uma preferência por produtos de limpeza e alimentos, com uma característica peculiar ao momento já que o consumidor buscava fazer uma grande estocagem.
Mas, já no final do mês de abril, a cesta de alimentos e bebidas se destacou e o setor de higiene e beleza passou para segundo plano. Na semana de 4 de maio, em comparação com a de 9 de março, os brasileiros preferiram opções mais indulgentes dentro de casa. O consumo de produtos das categorias de doces e bebidas alcoólicas cresceu, com destaque para: leite condensado (61%), creme de leite (45%), cerveja (42%) e leite (39%). Na outra ponta, os itens que registraram queda de vendas foram: queijo, fraldas e frangos. O fechamento de bares, restaurantes e lanchonetes impulsionou a compra de cervejas, que cresceu 9% durante os finais de semana no primeiro trimestre de 2020 em relação ao mesmo período do ano passado. O consumo de vinhos cresceu ainda mais: subiu 19% durante a semana e 6% aos sábados e domingos. Fonte: Kantar. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.