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18/Ago/2021

Camil: Santa Amália tem sinergia com operações

A compra da empresa de massas Santa Amália, controlada da Alicorp, pela Camil Alimentos, deve trazer sinergias em diversas frentes para a companhia. Com ela, foram atingidos três objetivos: entrar na categoria de massas, ter melhor distribuição no estado de Minas Gerais e acesso a pessoas com grande expertise nesse ramo. A Camil deve pagar pela Santa Amália R$ 260 milhões, assim como assumir uma dívida de R$ 150 milhões. A transação precisa ser aprovada pela Assembleia Geral da companhia e pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). A Santa Amália ocupa a primeira posição no mercado de massas de Minas Gerais, com participação de 41,5%, e quarta posição no mercado nacional do segmento, com fatia de 7%.

A empresa atua com três marcas: Santa Amália, Speciale e Don Sapore. Em Minas Gerais, a Santa Amália tem mais de 12 mil pontos de venda. Isso aumenta muito a capacidade de vendas no Estado. A Camil estima “conservadoramente” sinergias de R$ 20 milhões, que devem ser “capturadas” em até 12 meses. Inicialmente, a expectativa é de que os ganhos venham mais de ajustes operacionais, mas há perspectiva também de sinergias nas áreas de vendas, logística, suprimentos e outros. A área comercial é a mais sensível, mas tem potencial de complementaridade. Enquanto a Santa Amália tem uma equipe forte atendendo todo o estado de Minas Gerais e, em menor proporção, no Rio de Janeiro e no Espírito Santo, a Camil tem uma concentração, em Minas Gerais, na capital Belo Horizonte.

Em São Paulo, onde a Camil tem uma força grande, a Santa Amália tem pouca presença. As operações são complementares. A mesma coisa se considerar a logística e toda a cobertura que a Santa Amália tem em Minas Gerais. A ampla rede de distribuição de produtos da Santa Amália em Minas Gerais, com mais de 12 mil pontos de venda, é vista como oportunidade para a Camil aumentar o alcance de seus produtos no Estado. Utilizando toda essa força de distribuição da Santa Amália, será possível aumentar a penetração dos produtos Camil no Estado. A ideia é entrar com arroz, feijão, açúcar e rever o modelo de pescados.

Na segunda-feira (16/08), a Camil anunciou a compra da empresa de massas Santa Amália. A empresa deve fazer investimentos para elevar a eficiência e a capacidade ociosa da Santa Amália, tendo em vista melhorar a atuação da empresa em São Paulo. A Camil agora está no setor de massas, com o objetivo de ter papel relevante. Este é o primeiro passo da Camil na cadeia de trigo. A Santa Amália pode ser levada para outros Estados, mas a ideia é fazer outras aquisições na cadeia de trigo, que abrange farinha, massas e biscoitos. Há ainda intenção de entrar no segmento de café, algo para o qual a companhia continua trabalhando.

As vendas da Santa Amália em volume avançaram de forma tímida nos últimos anos, entre 1% e 2%, conforme a Camil. Eles vinham concentrados em Minas Gerais, Rio de Janeiro e Espírito Santo, este é um grande fator para o crescimento pequeno. A empresa alcançou receita líquida de R$ 476 milhões em 2020 com 87,5 mil toneladas de produtos vendidos. Fundada em 1954 e com uma única planta industrial em Machado (MG), em capacidade produtiva de 105 mil toneladas, conforme dados apresentados pela Camil. Em Minas Gerais, a marca Amália tem 44% de participação no mercado local, a Don Sapore tem 41,4% e a Speciale, 20,7%. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.