20/May/2024
Entidades do setor arrozeiro do Rio Grande do Sul pediram ao Ministério da Agricultura a suspensão da compra pública de 1 milhão de toneladas de arroz pelo governo federal. O pleito foi levado pela Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz), Federação das Cooperativas de Arroz do Rio Grande do Sul (Fearroz) e pelo Sindicato da Indústria do Arroz no Estado do Rio Grande do Sul (Sindiarroz) ao ministro Carlos Fávaro. Entre as justificativas, os arrozeiros argumentam que o edital de compra pública da Companhia Nacional do Abastecimento (Conab) de 104 mil toneladas, agendado para a esta terça-feira (21/05), abre espaço para elevação dos preços e corre risco de esvaziamento.
Há data limite de poucos dias para a indústria exportadora comprar o produto, embalar e levar até os portos. Se não houver viabilidade de tempo para a operação, será um leilão esvaziado e provocará aquecimento do mercado interno, afirmou a Federarroz. Na avaliação da entidade, o governo pode enviar um sinal trocado ao mercado de desabastecimento, caso o leilão não atraia ofertas adequadas. Um leilão esvaziado quer dizer que deu errado e que não tem outra opção a não ser comprar no mercado interno. Em vez de trazer tranquilidade ao mercado doméstico, o esvaziamento diz que não há opção no exterior. A entidade alegou ao ministro que a safra nacional de arroz será maior neste ano, com aumento estimado de 4% na produção. Há produção fora do Rio Grande do Sul.
O volume que não será exportado é maior que eventual quebra na safra do Estado. Não há motivo algum para trazer arroz do exterior. A entidade refuta que haja especulação de preços e critica o preço máximo de R$ 4,00 por Kg estipulado pelo governo para venda do produto importado no varejo. O preço é determinado pela indústria e não pelo produtor. Hoje está, em média, de R$ 5,00 a R$ 6,00 por Kg. Não existe arroz a R$ 4,00 por Kg em qualquer lugar do mundo. Se o governo bancar essa diferença estará concorrendo com as indústrias e provocará diminuição na área plantada. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.