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10/Jun/2024

Empresas privadas farão a operação de importação

A operação de importação de arroz comprado pelo governo federal em compra pública será feita por empresas privadas e não diretamente pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Empresas brasileiras importarão o produto e farão o desembaraço e a entrega das mercadorias. As empresas terão de comprovar que o arroz é importado. Após a entrega da documentação dos fornecedores, no prazo de cinco dias, será possível saber de quais países está vindo esse arroz. A Conab já está cadastrando de forma simplificada os supermercados, atacadistas e atacarejos interessados em receber o arroz comprado pela companhia e em contato com a Associação Brasileira de Supermercados (Abrass). Todo comércio que tiver interesse receberá arroz importado pelo governo.

A distribuição de arroz será limitada a 5 mil quilos por mês a pequenos varejos e a 30 mil quilos por mês a atacarejos e atacados. Dos 27 locais de entrega propostos pela Conab, não houve interesse dos arrematantes na comercialização do produto para entrega em Manaus, Brasília, Campo Grande (MS), Rondonópolis (MT), Picos (PI), Porto Velho (RO), Boa Vista (RR), Herval d'Oeste (SC), São José (SC) e Formoso do Araguaia (TO). Os lotes serão realocados e reofertados pela empresa para serem arrematados por novas empresas interessadas. Caso não haja participantes na reoferta remanescente, esse arroz chegará onde for necessário. A Conab reafirmou que a compra pública de arroz importado pelo governo federal tem o objetivo de regular o abastecimento e reduzir o preço interno do produto.

Os preços praticados hoje no mercado interno estão acima da paridade de importação em plena safra, o que é distorção de mercado e não corresponde à realidade. A expectativa é de que o início da importação do arroz contribua para a regularização dos preços internos. De acordo com dados da Conab, de 14 de março a 8 de abril, o arroz era comercializado no mercado interno a R$ 98,00 por saco de 50 Kg. Após a data, o produto voltou a subir para um patamar acima de R$ 100,00 por saco de 50 Kg. O governo acompanhou o aumento do preço do arroz antes do problema climático ocorrido no Rio Grande do Sul. Os preços ultrapassaram os R$ 100,00 por saco de 50 Kg e se mantiveram altos, seja na ponta do produtor, seja na gôndola do supermercado, com registro de média de R$ 122,00 por saco de 50 Kg no final de maio. No dia 5 de junho, o preço do arroz praticado em Capivari (RS) estava na média de R$ 130,00 por saco de 50 Kg e por volta de R$ 120,00 por saco de 50 Kg em Pelotas (RS), duas importantes regiões produtoras.

O preço pago pela Conab no leilão está abaixo da paridade de importação e é inferior ao preço do atacado nacional, mas atraiu os fornecedores. O produto não será estocado, e sim direcionado para rápida distribuição aos consumidores. De forma excepcional, a opção foi recorrer às importações. Não é um caminho ideal, mas o necessário. Não há "risco de inundar o mercado" com a importação do cereal pela Conab. Mesmo se o governo federal comprar 1 milhão de toneladas de arroz, isso representa o consumo nacional de praticamente um mês. As 300 mil toneladas representam menos de 15 dias, o que será facilmente absorvido pelo mercado, e a consequência não será nada além de regularizar a falta de arroz que há hoje no mercado. O estoque disponível está hoje nas mãos de produtores e da indústria.

À medida que avança para o segundo semestre, o estoque vai reduzindo. O estoque é alto neste momento de encerramento da safra e mesmo assim os preços estão extremamente elevados. Desde o início das enchentes no Rio Grande do Sul os preços do arroz pagos ao produtor aumentaram em torno de 15% e de 11% no nível do consumidor final. Em algumas situações, como no Distrito Federal, observou-se até 100% de crescimento nos preços do arroz. A entrada do produto importado vai regularizar a falta de arroz que há hoje no Brasil com a colheita de 10,4 milhões de toneladas e a demanda de 11 milhões de toneladas e menor estoque de passagem historicamente. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.