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13/Jun/2024

Neri Geller afirma que leilão de arroz foi equívoco

Exonerado da Secretaria de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Neri Geller afirmou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi "mal orientado" na decisão de importar até 1 milhão de toneladas de arroz pelo governo federal. Para ele, sem dúvidas, o leilão foi desorganizado e se politizou o assunto pela oposição. Faltou organização e faltou orientação. Nas reuniões técnicas na Casa Civil, não faltou pedido de cautela por parte de Geller, mencionando que a equipe econômica concordava com a não realização do certame público. Neri Geller foi demitido por indícios de conflito de interesse e conexões com intermediários do leilão de importação de arroz do governo federal.

O filho de Geller, Marcello Geller, é sócio em uma empresa de Robson Luiz de Almeida França, um dos principais intermediários das empresas vencedoras do edital. França é proprietário da Foco Corretora de Grãos e presidente da Bolsa de Mercadorias de Mato Grosso (BMT), que negociou 116 mil toneladas das 263,3 mil toneladas vendidas no leilão, além de ser ex-assessor parlamentar de Geller quando era deputado federal. Ele nega favorecimento a França e o envolvimento do seu filho no leilão. Órgãos de controle do governo reconheceram que há indícios de tráfico de influência e conflito de interesses no leilão e, portanto, orientaram a anulação do leilão e o afastamento do secretário.

Para Geller, o leilão de arroz foi malconduzido do ponto de vista político, mas negou que tenha havido má-fé. As posições técnicas não foram seguidas. Elas foram açodadas para fazer com que arroz chegasse nas periferias dos grandes centros. Ele não detalhou quem foi o responsável por ter ‘atropelado’ o leilão e disse que o setor produtivo deveria ter sido mais ouvido. O edital seguiu os parâmetros legais. A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) possui compliance efetivo e exigente, mas o leilão foi um equívoco, afirmou. Geller também afirmou que não pediu exoneração da Pasta, mas sim foi comunicado do afastamento pelo ministro da Agricultura, Carlos Fávaro.

Geller afirma que não deveria ser penalizado por um erro político cometido na condução do leilão. Ele reclamou ter sido utilizado como "bode expiatório". A demissão partiu do Ministério da Agricultura. Ele acredita que não foi pedido de Lula. É justo o presidente se preocupar com o preço do arroz porque atinge as massas mais pobres, mas o preço do arroz é globalizado. Geller disse ainda que vai avaliar a participação na audiência pública da Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural da Câmara dos Deputados para esclarecer o leilão de arroz. Fonte: Broadcast Agro.