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17/Jun/2024

Leilão: Conab pode avaliar mudança nas diretorias

O Conselho de Administração (Consad) da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) tende a definir os rumos das diretorias da empresa pública nesta quinta-feira (20/06), em reunião ordinária do colegiado. O tema não está na pauta oficial do colegiado, mas, nos bastidores, fontes admitem que não há como o assunto não vir à tona, após a crise com o leilão para compra pública de arroz importado pela companhia. O certame de compra de 263 mil toneladas do cereal foi anulado pelo governo federal na semana passada, após suspeitas de irregularidades e por questionamentos quanto à capacidade técnica e financeira das empresas vencedoras do edital. Após a crise do arroz, a bancada do agro mira a artilharia e pede a saída de toda diretoria da empresa pública, sobretudo do presidente da companhia, Edegar Pretto.

A demissão de Pretto, contudo, é descartada por fontes dos ministérios. Interlocutores relatam que tanto o Ministério da Agricultura quanto o Ministério do Desenvolvimento Agrário e o Palácio do Planalto estão satisfeitos com a forma que Pretto conduziu o imbróglio, consultando o Executivo quanto às etapas e decisões sobre o certame público. Além disso, Pretto é considerado parte dos quadros fiéis ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Entretanto, se cogita mudança na diretoria executiva de Operações e Abastecimento da Conab. Isso porque o atual diretor, Thiago dos Santos, é ligado a um dos empresários que intermediaram o maior volume de lotes arrematados no leilão, Robson Luiz de Almeida França, presidente da Bolsa de Mercadorias de Mato Grosso (BMT) e sócio proprietário da Foco Corretora. Santos, como diretor de Abastecimento, é responsável pela operação de compra pública e pelo edital do leilão.

Há inconsistências no edital, mas ainda não se chegou a uma conclusão se elas ocorreram por favorecimento ou por falta de base comparativa, já que a última importação pública foi registrada em 1987. O afastamento de Santos foi aconselhado pela Casa Civil e por técnicos da AGU e CGU. Nos bastidores, as possibilidades que circulam são tanto a exoneração quanto a entrega de cargo por Santos. É difícil comprovar a idoneidade do edital, mas também não pode haver ‘caça às bruxas’. Toda cautela é pouca para não fragilizar mais o governo e colocar a credibilidade do compliance da Conab em exposição. A Controladoria Geral da União (CGU) apura suspeitas de conflito de interesse, tráfico de influência e favorecimento no leilão. A proximidade de Santos com França chegou até os órgãos de controle do Executivo.

Além de terem atuado conjuntamente como assessores parlamentares do ex-deputado federal Neri Geller, Santos e França são próximos. Também chegou à Advocacia Geral da União e à CGU a informação de que, já no cargo de diretor, Santos recebeu França pelo menos duas vezes na sede da Conab no ano passado, o que aumentou a suspeita de tráfico de influência pela CGU e AGU. Santos foi indicado para o cargo pelo ex-deputado federal Neri Geller, exonerado da Secretaria de Política Agrícola do Ministério da Agricultura na semana passada também pela repercussão do leilão. Marcello Geller, filho de Neri Geller, é sócio em outra empresa de França, o que levou à demissão do secretário. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.