19/Jun/2024

A Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) cobrou o afastamento de técnicos e diretores da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), após suspeitas de irregularidades no leilão de compra pública de 263 mil toneladas de arroz pelo governo federal em certame feito pela Conab. Foi criticado o fato de o secretário do Ministério da Agricultura, Neri Geller, ter caído e técnicos terem sido afastados com remuneração. Há um erro no leilão executado pela Conab. Os ruralistas afirmam ter alertado que colocar a Conab no MDA daria problema.

As críticas foram feitas nesta terça-feira (18/06) durante audiência pública na Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural da Câmara dos Deputados sobre a importação de até 1 milhão de toneladas de arroz pelo governo federal. O diretor presidente da Conab, Edegar Pretto, e o diretor executivo de Política Agrícola e Informações da Conab, Sílvio Isoppo Porto, foram citados nominalmente e foi pedido a responsabilização deles. As notas técnicas da Conab com orientações sobre as medidas do governo em relação ao arroz, com citações sobre o risco de desabastecimento, divergem dos dados de safra da própria companhia que apontam para abastecimento interno suficiente.

Não havia necessidade de compra pública, pois não havia desabastecimento. Havia a intenção política, além de objetivos escusos da Conab em leilão de arroz. A estimativa de produção da Conab é de 10,4 milhões de toneladas de arroz no País, 3,1% superior ao colhido na temporada passada. Para a FPA, houve desvio de R$ 7,2 bilhões da MP de socorro ao Rio Grande do Sul que poderia ser usado para atender os agricultores e vai afetar o produtor em uma medida desnecessária.

Também foi questionada a presença de diretores da Conab na audiência pública para discutir o leilão de arroz. Para a FPA, o ex-secretário Neri Geller foi evasivo na questão política e sai como único culpado em uma história com muitos atores. A FPA quer que o presidente da Conab explique a compra. Além disso, para os ruralistas, a simples exoneração de Geller não vai cessar a questão do arroz e não há justificativa para a realização desse leilão. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.