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15/Jul/2024

Governo considera que preço do arroz está elevado

O ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira, avalia que, embora os preços do arroz estejam em queda, seguem em patamar considerado elevado pelo governo. O nível tido como ideal pelo Executivo é de R$ 20 por pacote de 5 Kg. Já houve diminuição de preços. Há ofertas que chegam entre R$ 21,00 e R$ 23,00 por pacote de 5 Kg. O governo pensa em um patamar (ideal) de R$ 4,00 por Kg ao consumidor. O patamar de R$ 20,00 por pacote de 5 Kg era o nível tabelado e subsidiado pelo governo a ser assegurado ao consumidor final na compra pública de arroz importado que faria via operação da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Uma medida provisória do Executivo autoriza a Conab a importar até 1 milhão de toneladas de arroz, em virtude das enchentes do Rio Grande do Sul. Na época, o governo alegou que o preço do produto havia chegado a R$ 40,00 por pacote de 5 Kg em algumas regiões, dadas as dificuldades de retirar o arroz produzido e colhido no Rio Grande do Sul.

O primeiro leilão realizado pela Conab de compra de 263 mil toneladas de arroz importado e beneficiado foi anulado pelo governo após suspeitas de irregularidades. No momento, o ministro não vê necessidade de realizar novo leilão de arroz e os editais estão atualmente em suspenso pelo Executivo. Se seguir a lógica de diminuição de preços, não haverá necessidade do leilão, mas o governo não abre mão de ter a possibilidade de realizar o leilão. Se o preço estiver alto, edital está pronto. Para o ministro, valeu o custo político do leilão porque ajudou a diminuir os preços. É um instrumento importante para não deixar faltar arroz no mercado doméstico. Segundo o ministro, há um acompanhamento semanal dos preços do arroz no mercado nacional realizado pelo governo com o setor produtivo e a indústria. Na avaliação do governo, mesmo com a retomada da logística para escoamento do arroz do Rio Grande do Sul, o valor praticado do produto em algumas localidades, como na Região Nordeste, continua elevado.

O governo faz a gestão e monitoramento semanal dos preços, apurando o quanto deve cair e onde está alto. Nesta semana, haverá uma previsão. O setor arrozeiro, relatou o ministro, se comprometeu a fornecer o cereal e garantir o abastecimento a praças em que o preço estiver elevado. Ele não detalhou como será feita essa distribuição por produtores e indústria. O ministro acredita que o preço do arroz deve cair nos próximos meses, pressionado por quatro variáveis: os próprios valores elevados que desestimulam o consumo, o dólar forte ante o Real, a retirada do imposto sobre importação para países de fora do Mercosul e a perspectiva de aumento da área plantada com arroz no País. Haverá uma conversão de produtores de áreas de soja e milho para arroz, tanto na Região Sul quanto na Região Centro-Oeste. Em Goiás, já se produz 60 mil toneladas do cereal e poderá passar para 120 mil toneladas. Isso vai diminuir o preço.

Com cenário de preços arrefecidos, observou o ministro, o governo avalia a recomposição de estoques públicos do cereal por meio de instrumentos como contratos de opção entre produtores e governo, o que, segundo ele, está subordinado à gestão dos preços. O ministro citou que a Embrapa está desenvolvendo uma cultivar de arroz irrigado que poderá impulsionar a conversão de áreas destinadas a lavouras de milho e soja para o arroz. Arroz é um produto que o Brasil não precisa importar como pode exportar. É um produto que tem atenção quanto ao controle de preços e estímulo para produção na cesta básica. No Plano Safra 2024/2025, o governo diminuiu os juros para financiamentos voltados à produção de arroz. Os juros das operações de custeio de arroz tradicional caíram de 4% ao ano para 3% ao ano, enquanto as taxas para custeio de arroz orgânico saíram de 3% ao ano para 2% ao ano. A medida visa estimular agricultores familiares a cultivarem o cereal, um dos principais itens da alimentação brasileira. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.