08/May/2025
O Grupo Carrefour Brasil mostrou lucro líquido ajustado controlador de R$ 282 milhões no primeiro trimestre deste ano, o resultado é 5,5 vezes maior (446,6%) que os R$ 52 milhões reportados em igual período de 2024. O Ebitda ajustado consolidado do Carrefour foi de R$ 1,47 bilhão, alta de 3,7% na comparação anual. Enquanto isso, a margem Ebitda ajustada foi de 5,6%, praticamente estável frente aos 5,7% registrados em 2024. A receita líquida, por sua vez, totalizou R$ 26,1 bilhões, representando um crescimento de 5,1% sobre o mesmo trimestre de 2024. O resultado reflete a gestão mais eficiente de custos, disciplina de capital e desempenho sólido do Atacadão, principal motor da operação.
O braço de atacarejo da companhia (Atacadão) respondeu por 72% das vendas totais e manteve sua trajetória de expansão, com vendas brutas de R$ 20,7 bilhões, alta anual de 7,3%. A margem Ebitda no canal cash & carry foi de 6,8%, alta anual de 0,2%, refletindo a maturação de lojas convertidas do Grupo BIG e a adição de novos serviços (como padaria e açougue) em unidades existentes. Por outro lado, o segmento de varejo apresentou retração de 6,3% nas vendas brutas, impactado pela otimização do portfólio de lojas e pelo efeito calendário da Páscoa, que neste ano caiu no segundo trimestre. Este foi o último balanço do Carrefour como empresa de capital aberto, uma vez que o controlador decidiu deslistar a companhia na B3.
A deslistagem da B3 não deve afetar as operações no País e o grupo se prepara para retomar a abertura de lojas a partir de 2026, encerrando um ciclo de foco em consolidação e ganhos de eficiência. A saída do Novo Mercado da B3 foi aprovada pelos acionistas no fim de abril e marca o encerramento de quase oito anos como empresa listada em Bolsa. A operação brasileira seguirá sob controle integral do Carrefour francês, que ainda considera o Brasil um mercado estratégico. Com a deslistagem, a empresa deixa de ser obrigada a divulgar resultados trimestrais ao mercado, o que pode proporcionar uma maior flexibilidade para tomar decisões rápidas sem as pressões da divulgação pública constante.
A estrutura mais enxuta, após a saída da Bolsa, deve permitir mais agilidade nas decisões estratégicas e operacionais. O Carrefour segue como a maior varejista alimentar do Brasil há dez anos e está pronto para continuar crescendo, agora com uma governança mais simplificada e com o suporte integral do grupo global. Mesmo com essa mudança, o Carrefour projeta que seu desempenho operacional continuará "forte", antecipando que as vendas de abril já registraram bons resultados. As vendas da Páscoa e o aniversário do Atacadão sugerem que o segundo trimestre deste ano terá um bom desempenho.
O Carrefour Brasil não pretende alterar sua estratégia comercial após o anúncio de fechamento de capital da companhia. Os planos da empresa seguem inalterados, com foco na expansão a partir de 2026, principalmente em São Paulo. Um dos principais objetivos da companhia nos próximos anos é recuperar a liderança no estado de São Paulo, hoje contando com maior presença do concorrente Assaí. São Paulo deve ficar no foco nos próximos anos. O movimento ocorre em um momento de reestruturação do grupo no Brasil, com ajustes no portfólio de lojas e foco em formatos mais rentáveis, como o atacarejo. O grupo fechou o primeiro trimestre deste ano operando mil lojas, sendo 380 delas da bandeira Atacadão. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.