31/Mar/2023
Sustentabilidade se tornou palavra de ordem no mercado de café. Pautado nas boas práticas, o termo ganhou ainda mais notoriedade nos últimos anos com a mudança no perfil do consumidor final. Os números da NKG Stockler, uma das principais exportadoras de café do Brasil, comprovam essa mudança no mercado nos últimos anos. A exportadora coloca no mercado internacional cerca de 2 milhões de sacas de 60 Kg de café por ano. Há 11 anos, apenas 6% deste total era composto por cafés sustentáveis, atualmente pouco mais de 40% dos embarques são representados por esse tipo de café. A tendência é que esse volume seja ainda mais expressivo nos próximos anos, sobretudo pelas mudanças impostas pela União Europeia, que tendem a serem adotadas também pelo Reino Unido e Estados Unidos nos próximos meses.
Essa mudança veio para ficar, principalmente quando se fala da Europa e dos Estados Unidos. Grandes torradores de café estão de olho no consumidor final, que está olhando para a sustentabilidade. Esse é o caminho do mercado neste momento e quem sai na frente, tem mais espaço. Em 2022, a exportadora enviou cafés para vários países, sendo eles: Itália, Estados Unidos, Alemanha, Bélgica, França, Espanha, Coreia do Sul, Suíça, Inglaterra, Japão, Letônia, Turquia, Rússia, Irlanda, Finlândia, Malásia, Singapura, Austrália, Polônia, México, Canada, Portugal, Grécia, Taiwan, República Dominicana, Dinamarca, África do Sul e Vietnã. O termo "regenerativo" também tem sido muito falado no mercado de café, e neste sentido a NKG conquistou recentemente o primeiro selo Regenagri® emitido para um grupo de fazendas no Cerrado Mineiro (MG).
O grande diferencial é a conquista do selo para um grupo de fazendas e não de forma individual, como já vem acontecendo em diversas regiões do País. Sete fazendas foram escolhidas pela empresa e as sete são reconhecidas pelo selo internacional. Foram realizadas visitas de forma individual, já que se tratam de fazendas em diferentes estágios da cafeicultura regenerativo. A NKG é intermediária entre a produção e consumo e fazer esse nicho de mercado para colocar o café mundo afora era importante. A certificação também contribui para a valorização da marca e do produto, além da fidelização dos consumidores que buscam cafés produzidos de forma responsável e sustentável. A certificação chega aos produtores como uma forma de democratização e abertura de novos mercados. O grupo certificado tem produtores pequenos, médios e grandes e isso acaba mostrando que não é o tamanho, quantidade de café que se produz, que garante ou não que uma fazenda seja regenerativa.
Os produtores estão atentos às demandas internacionais. É o momento de olhar para as práticas, para o que foi possível mudar e a certificação é a comprovação dos hábitos praticados na fazenda. Para a fazenda Estrela Carvalho, a parceria veio de encontro com as práticas já adotadas pela família. Encontrar parceiros que apoiam e investem na busca pelo equilíbrio do bioma é importante para a sustentabilidade do meio ambiente e do negócio. Fauna, flora e hídrico caminhando juntos com lucratividade responsável é o anseio de toda a cadeia do café. Segundo dados oficiais do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), mais de 50% dos cafés brasileiros têm como destino a Europa e os Estados Unidos há anos se mantêm na liderança da importação do café brasileiro. Com as demandas externas, desde o ano passado o setor exportador de café do Brasil vem conversando amplamente com os importadores.
A entidade esteve recentemente nos Estados Unidos e afirmou que o governo norte-americano de fato aguarda as definições da União Europeia para também tomar novas decisões. Não é possível prever que os novos regramentos em relação ao fluxo do comercio acontecerão simultaneamente. Na União Europeia está faltando a última chancela do Conselho Europeu. Depois disso, o setor entrará no processo de implementação dessas novas regras, que são de 18 a 24 meses. Nos Estados Unidos, o processo será semelhante. Há diálogo com os compradores sobre as dificuldades existem, mas o Brasil precisa estar atento às oportunidades. O Brasil tem a chance de ser a primeira origem 100% rastreável e ser o “queridinho” de todo grande varejo global. Fonte: Notícias Agrícolas. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.