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13/Mar/2024

Robusta: maior patamar real desde novembro/2016

Os preços domésticos do café robusta vêm registrando movimento de alta desde o último trimestre de 2023. Neste mês, o Indicador CEPEA/ESALQ do robusta do tipo 6, peneira 13 acima, chegou a atingir R$ 889,32 por saca de 60 Kg no dia 7 de março, sendo este o maior patamar real (deflacionado pelo IGP-DI de fevereiro/2024) desde novembro de 2016. Nos dias seguintes, os preços se enfraqueceram um pouco, e o Indicador está cotado a R$ 869,24 por saca de 60 kg, mas ainda acumulando avanço de 3,4% nesta parcial de março. O impulso aos valores internos do robusta vem sobretudo do contexto internacional, que tem deslocado parte dos demandantes da variedade ao Brasil. De fato, dados do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé) indicam que os embarques de robusta em janeiro e em fevereiro de 2024 somaram expressivos 1,03 milhão de sacas de 60 Kg, seis vezes a mais que o volume escoado no mesmo período do ano passado.

No Vietnã, maior produtor de robusta, além de a colheita estar menor nesta safra, agentes externos têm tido dificuldades em escoar o grão à Europa, onde, por sua vez, os estoques têm se reduzido. Neste caso, os conflitos no Mar Vermelho é que têm afetado o tráfego de navios. Ressalta-se, ainda, que a Indonésia, terceira maior produtora de robusta, também enfrenta dificuldades no campo. Na Bolsa de Londres, o contrato Maio/2024 do café robusta atingiu o valor recorde de US$ 3.381,00 por tonelada no dia 7 de março. No mercado nacional, os agentes já se mostram preocupados com o elevado volume de robusta que está sendo escoado ao exterior. A competitividade por parte das torrefadoras brasileiras tem sido menor do que a dos exportadores, que, por sua vez, pagam valores bem mais altos por novos lotes da variedade. Diante disso, parte das torrefadoras já tem realizado mudanças na composição de blends, e a percentagem de arábica usada tem crescido. Ainda que os preços do arábica sejam mais elevados do que os do robusta, o diferencial entre as variedades está menor.

Enquanto em fevereiro de 2023 a diferença entre os Indicadores de arábica e robusta estava em R$ 434,72 por saca de 60 Kg, em fevereiro de 2024 caiu para apenas R$ 167,16 por saca de 60 Kg. Agora em março, a diferença diminuiu ainda mais, para R$ 147,36 por saca de 60 Kg. Por conta desse estreitamento entre os preços das variedades, a procura pelos cafés arábica mais fracos (como o rio) tem se aquecido. Vale ressaltar que, ainda assim, os produtores tanto de robusta quanto de arábica têm segurado os seus lotes o máximo possível, disponibilizando o grão no spot nacional de maneira controlada. Como uma parcela elevada dos cafeicultores está capitalizada, o poder de venda está em suas mãos e, portanto, a comercialização ocorre apenas quando o cenário está bastante atrativo. Este contexto deve permanecer pelo menos até o início efetivo das colheitas no Brasil. Para o robusta, a expectativa é que as atividades se iniciem a partir da segunda quinzena de abril, enquanto que as do arábica são previstas para começar no final de maio/começo de junho. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.