20/Mar/2024
O Indicador CEPEA/ESALQ do café robusta tipo 6, peneira 13 acima, à vista, a retirar no Espírito Santo, está cotado a R$ 903,07 por saca de 60 Kg, o maior valor nominal de toda a série histórica do Cepea para essa variedade, iniciada em novembro de 2001. Em termos reais (os valores médios mensais foram deflacionados pelo IGP-DI), este é o maior patamar desde novembro de 2016. Já os preços do arábica seguem praticamente estáveis, com o Indicador CEPEA/ESALQ do tipo 6, bebida dura para melhor, operando na casa dos R$ 1.000,00 por saca de 60 Kg ao longo de março. Diante disso, a diferença entre os valores médios do robusta e do arábica tem se aproximado. Nesta parcial de março, o Indicador CEPEA/ESALQ do robusta registra média de R$ 873,11 por saca de 60 Kg e o do arábica, de R$ 1.009,56 por saca de 60 Kg, resultando em diferença de R$ 139,79 por saca de 60 Kg.
No mesmo mês do ano passado, a diferença era de expressivos R$ 458,38 por saca de 60 Kg. A diferença atual, inclusive, é a menor desde outubro de 2019. Naquele ano, vale lembrar, os preços de ambas as variedades recuaram, mas os do arábica caíram com um pouco mais de intensidade, resultando em aproximação entre as médias. Os valores do robusta têm subido com intensidade neste ano, impulsionados sobretudo pela maior demanda internacional pela variedade brasileira. Os compradores externos têm se deslocado ao Brasil, diante de problemas relacionados à produção e ao escoamento da safra do Vietnã, que é o maior produtor de robusta do mundo. Dados recentes divulgados pelo Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé) confirmam que os embarques brasileiros de robusta estão registrando excelente desempenho neste ano.
Por outro lado, a expectativa de que a safra 2024/2025 do arábica seja de produção boa acaba limitando avanços ainda maiores nos preços do robusta. Com um alto volume de robusta sendo destinado ao mercado externo, parte dos agentes brasileiros começa a se mostrar preocupada com a atual disponibilidade da variedade para os blends. Mudanças nos percentuais das misturas já estão começando a ocorrer, com aumento do uso do arábica. Vale ressaltar que, para os torrefadores brasileiros, há uma certa desmotivação quanto à compra de robusta nos atuais patamares de preços. Por esse motivo, em busca de substituir o seu percentual nas misturas, a procura por arábicas mais fracos (no caso, o arábica consumo 600 defeitos e o arábica rio) tem aumentado. Fonte: Cepea Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.