ANÁLISES

AGRO


SOJA


MILHO


ARROZ


ALGODÃO


TRIGO


FEIJÃO


CANA


CAFÉ


CARNES


FLV


INSUMOS

12/Feb/2025

Safra de café 2025/2026: clima ainda é preocupação

O bom volume de chuvas nas regiões produtoras de café, que vem sendo verificado desde outubro de 2024, tem resultado em desenvolvimento satisfatório da safra 2025/2026. Já para fevereiro, previsões indicam chuvas abaixo do histórico e temperatura acima da média para o período, o que tem causado certa preocupação entre cafeicultores, tendo em vista que este é um período de desenvolvimento final da temporada. Vale lembrar que a produção da safra 2025/2026 já foi prejudicada pelo calor e pela seca em boa parte de 2024. Assim, apesar de as chuvas trazerem otimismo, as temperaturas daqui para frente serão cruciais para que haja um produto de boa qualidade nesta temporada. O excesso de calor, além de desfavorecer a qualidade do produto – já que a planta precisa de noites amenas para uma boa bebida –, pode secar os grãos antes da colheita, impactando negativamente a safra 2025/2026.

Para março e abril, o clima pode voltar a melhorar, com previsões indicando chuvas novamente dentro da normalidade. O que chama a atenção é que as temperaturas devem seguir acima do normal para um período de La Niña de intensidade fraca. Em Minas Gerais, maior produtor de café arábica do Brasil, os cafezais se desenvolvem muito bem, favorecidos pelas chuvas. Cafeicultores mineiros esperam grãos de tamanho superior na temporada 2025/2026, o que, por sua vez, pode gerar um percentual maior de peneiras superiores. Destaca-se que o cenário de 2025/2026 é diferente do observado na safra anterior (2024/2025), quando a falta de cafés com peneiras 17/18 e o aumento na disponibilidade de peneiras inferiores a 13/14 fizeram com que produtores necessitassem de mais de grãos para formar uma saca de 60 kg. Isso resultou em maior trabalho nas colheitas e em elevado custos de produção.

De certa forma, o Brasil e o mundo precisam que a safra nacional 2025/2026 seja boa, já que são quatro temporadas consecutivas de produção reduzida e os estoques seguem muito justos, tanto no País quanto globalmente. No entanto, a Conab já aponta que a safra 2025/2026 deve ser 4,4% menor que a anterior. Quanto às vendas externas do grão, o Cecafé (Conselho dos Exportadores de Café do Brasil) segue relatando dificuldades nas exportações e prejuízos por conta de atrasos. De acordo com o Conselho, os principais gargalos são as faltas de investimento para ampliação de pátios e de berços para receber embarcações maiores. Além disso, atrasos e alteração de escalas também prejudicaram o escoamento nos principais portos. No Brasil, o consumo de café ainda segue firme, o que acirra o balanço de oferta e demanda.

Segundo a Associação Brasileira de Industria de Café (Abic), em 2024, foram consumidos 21,916 milhões de sacas (dados de novembro de 2023 a outubro de 2024), avanço de 1,11% em relação ao mesmo período anterior. O Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, posto na capital paulista, está cotado a R$ 2.738,95 por saca de 60 Kg, avanço de 6,7% em sete dias, renovando o recorde real diário da série do Cepea, iniciada em 1996. No front externo, o contrato Maio/25 do arábica negociado na Bolsa de Nova York (ICE Futures) fechou a 421,10 centavos de dólar por libra-peso, forte elevação de 10,6% frente ao da segunda anterior. O dólar foi cotado a R$ 5,789, desvalorização de 0,45%. Para o café robusta, o Indicador CEPEA/ESALQ do tipo 6, peneira 13 acima, a retirar no Espírito Santo, está cotado a R$ 2.071,60 por saca de 60 Kg, baixa de 0,2% nos últimos sete dias. O robusta de tipo 7/8 se desvalorizou 0,7% no mesmo período, a R$ 2.035,17 por saca de 60 Kg – à vista e a retirar no Espírito Santo. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.