07/Apr/2025
Segundo o Rabobank, a tarifa de 10% sobre o café brasileiro exportado para os Estados Unidos terá um efeito inflacionário no custo do produto para os consumidores norte-americanos. É importante destacar que essas tarifas estão sendo implementadas em um momento de alta significativa nos preços do café, quando muitos torrefadores já estavam repassando aos consumidores o aumento dos custos das matérias-primas. Na Bolsa de Nova York, o contrato futuro de café arábica acumula valorização de cerca de 20% desde o início do ano, em grande parte por causa da perspectiva de aperto na oferta global, principalmente no Brasil e no Vietnã, os dois maiores produtores do grão no mundo. Há um risco de que a imposição de tarifas possa prejudicar a indústria do café nos Estados Unidos.
Com o aumento dos custos de importação, os preços do café podem subir, o que pode causar impacto no consumo e afetar negativamente o setor. A Associação Nacional do Café dos Estados Unidos (NCA) manifestou preocupação com o impacto das novas tarifas anunciadas pelo presidente Donald Trump sobre as importações de café e pediu que o produto seja isento das medidas. Grandes exportadores de café robusta, como Vietnã e Indonésia, enfrentarão tarifas ainda maiores (46% e 32%, respectivamente), enquanto outros exportadores de café arábica, como Colômbia, Honduras e Guatemala, terão o mesmo nível de tarifas. Portanto, o Brasil pode manter uma vantagem competitiva relativa. Ainda é muito cedo para fazer uma avaliação precisa sobre a situação do mercado internacional de café, especialmente porque é fundamental esperar e ver qual será a reação dos países exportadores afetados.
Até o momento, pode-se dizer que a imposição de tarifas pelos Estados Unidos pode levar a um aumento nos preços do café no mercado internacional, afetando principalmente os consumidores. Como alguns países exportadores tiveram tarifas diferentes aplicadas, o mercado buscará corrigir esse desequilíbrio, e determinadas origens podem ser mais valorizadas em detrimento de outras. Além disso, será importante entender a dinâmica de exportação das torrefadoras canadenses e mexicanas nesse contexto também (o que será elegível como livre de tarifa ou não). Fato é que a imposição da tarifa em um momento de baixa disponibilidade de café tende a trazer um efeito adicional na volatilidade dos preços. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.