ANÁLISES

AGRO


SOJA


MILHO


ARROZ


ALGODÃO


TRIGO


FEIJÃO


CANA


CAFÉ


CARNES


FLV


INSUMOS

14/Apr/2025

SP: audiência sobre venda de fazendas experimentais

A Secretaria de Agricultura e Abastecimento de São Paulo (SAA) convocou a comunidade científica para uma audiência pública e listou 35 áreas que estão na mira do governo Tarcísio de Freitas para serem vendidas, conforme publicado no dia 8 de abril no Diário Oficial do Estado. A audiência pública convocada pelo governo de São Paulo ocorrerá nesta segunda-feira (14/04), com o objetivo de discutir uma proposta de alienação nessas áreas, informa a Associação dos Pesquisadores Científicos do Estado de São Paulo (APqC). Na avaliação da APqC, a venda de fazendas experimentais que pertencem ao estado de São Paulo é um risco para a segurança alimentar da população. As áreas são referência há décadas pelos estudos realizados por institutos públicos de pesquisa ligados à SAA. Tecnologias pesquisadas ao longo de anos levaram ao desenvolvimento de soluções agropecuárias, como novas cultivares, técnicas de manejo e práticas sustentáveis.

A segurança alimentar das próximas gerações depende do investimento feito hoje em pesquisa e inovação, e o estado de São Paulo sempre esteve na vanguarda do conhecimento. Sem áreas de experimentação, não é possível testar e validar soluções que garantam produtividade, adaptação climática e sustentabilidade, afirmou a ApqC. Entre as unidades ameaçadas está a Fazenda Experimental que fica na Estância Turística de São Roque. Especializada em agroecologia, na unidade foram descobertas variedades de uvas orgânicas, além de um trabalho de melhoramento da alcachofra. Hoje, o vinho orgânico produzido a partir da variedade de uva descoberta é premiado internacionalmente, além de fomentar o turismo, com base na economia de São Roque. Outra unidade na lista é a Fazenda Santa Elisa, em Campinas, referência em pesquisas do Instituto Agronômico (IAC). Nela são realizados diferentes estudos e uma das áreas analisadas para venda abriga parte do maior e mais importante banco de germoplasma de café do mundo.

É uma irresponsabilidade com a história e o patrimônio de São Paulo se falar em venda de área de pesquisa sem apresentar um único estudo sobre os impactos dessas medidas para as pesquisas em andamento, o meio ambiente e para a economia do Estado, já que essas áreas são fundamentais para o desenvolvimento regional, a produção de alimentos e os bons resultados atingidos pelo agronegócio estadual. A ApqC defende que o Estado reforce os investimentos em ciência e tecnologia, especialmente em um contexto de emergência climática. Estudos desenvolvidos em fazendas experimentais são fundamentais para enfrentar problemas como a deficiência hídrica, os estudos de poluição manancial e o aumento da temperatura em diferentes regiões paulistas. A entidade alerta, ainda, que a pesquisa tem enfrentado falta de pesquisadores e de servidores de carreiras de apoio há anos. Conforme levantamento da APqC, atualmente, há mais de 8 mil cargas vagos nos institutos que atuam nas áreas de agricultura, meio ambiente e saúde. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.