24/Apr/2025
Segundo a Associação Brasileira da Indústria de Café Solúvel (Abics), o consumo de café solúvel no Brasil registrou crescimento de 6,2% no primeiro trimestre de 2025, na comparação com igual período do ano passado. Foram consumidas 5,558 mil toneladas do produto no País entre janeiro e março deste ano, o equivalente a 240.851 sacas de 60 Kg. Entre os tipos, o destaque ficou com o café solúvel liofilizado (freeze dried), que teve alta de 44,9%, para 1,013 mil toneladas. Já o spray dried (em pó) avançou 0,2%, somando 4,545 mil toneladas. O consumo de solúvel importado caiu 18%, totalizando 167 mil Kg, já incluídos no volume geral. O cenário atual favorece a procura por alternativas com melhor custo-benefício, diante da escalada nos preços do café em todo o mundo, impulsionada por eventos climáticos extremos e gargalos logísticos.
O café solúvel se apresenta como alternativa mais econômica aos apreciadores da bebida. Estudo conduzido pela associação mostra que, considerando o preço médio do quilo do produto nos supermercados e a quantidade de doses possíveis, o café solúvel pode ser entre 33% e 40% mais barato que o café torrado ou moído. Ao contrário do café torrado em grão ou torrado e moído, o solúvel oferece um custo por xícara relativamente inferior aos consumidores, além de não exigir custos adicionais com filtros e outros utensílios para seu preparo. O bom momento do café solúvel também se reflete nas exportações. Entre janeiro e março de 2025, o Brasil embarcou 977.659 sacas de 60 Kg para 72 países, alta de 7,9% em relação ao primeiro trimestre do ano passado. O desempenho contrasta com o dos demais tipos de café (arábica, canéfora e torrado e moído) que juntos registraram queda de 12,8% nas exportações no mesmo intervalo.
A receita cambial com os embarques de solúvel também teve salto expressivo: chegou a US$ 282,4 milhões no trimestre, alta de 56,6% frente ao mesmo período de 2024. Os Estados Unidos lideram a lista de destinos, com 153.320 sacas de 60 Kg adquiridas, seguidos por Argentina (77.081 sacas de 60 Kg), Rússia (64.822), México (51.767) e Chile (50.620). É válido recordar que esse resultado ainda não teve os impactos da confusão tarifária provocada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que, em 90 dias adotará taxação de 10% sobre o café importado do Brasil, percentual menor que o aplicado a alguns principais países concorrentes, como o Vietnã (46%). Esse é um cenário que pode se configurar em oportunidades para as indústrias brasileiras. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.