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22/May/2025

Entraves portuários atrapalham exportação de café

Segundo o Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), os exportadores brasileiros de café deixaram de embarcar 737.653 sacas de 60 Kg do produto (equivalentes a 2.236 contêineres) em abril passado, o que causou um prejuízo de R$ 6,657 milhões no caixa das empresas, provocado por gastos imprevistos com armazenagem adicional, detentions, pré-stacking e antecipação de gates. A impossibilidade do embarque desse volume de café também impediu que o País recebesse US$ 328,60 milhões, ou R$ 1,900 bilhão, como receita cambial em suas transações comerciais somente em abril deste ano, considerando o preço médio Free on Board (FOB) de exportação de US$ 445,47 por saca de 60 Kg (café verde) e dólar de R$ 5,78 na média do mês passado. Conforme o Boletim Detention Zero (DTZ), elaborado pela startup ElloX Digital em parceria com o Cecafé, 56% dos navios, ou 157 de um total de 283 embarcações, tiveram atrasos ou alteração de escalas nos principais portos do Brasil em abril de 2025.

O Cecafé destaca que são importantes os anúncios que o poder público vem fazendo sobre investimentos em infraestrutura, como o leilão do Tecon Santos 10, a concessão do canal de entrada marítima ao porto, o túnel de ligação Santos-Guarujá e a terceira via de descida da Rodovia Anchieta para a baixada santista, mas que esse cenário precisa de muita celeridade e nada de burocracias. Essas melhorias propostas levarão cerca de cinco anos para serem entregues, considerando condições normais na tramitação. No entanto, a ideia de restringir a participação ampla de interessados no leilão do Tecon Santos 10, incluindo armadores, não faz o menor sentido, pois cria dificuldades ao processo, com eventuais judicializações, o que tornaria ainda mais lento o leilão do terminal, levando as empresas que atuam no comércio exterior a acumularem ainda mais prejuízos com as despesas logísticas.

O Porto de Santos (SP), que respondeu por 79,9% dos embarques de café entre janeiro e abril deste ano, registrou um índice de 58% de atraso ou alteração de escalas de navios, o que envolveu 99 do total de 171 porta-contêineres. O tempo mais longo de espera no mês passado foi de 31 dias no embarcadouro santista. O complexo portuário do Rio de Janeiro (RJ), o segundo maior exportador dos cafés do Brasil, com 16% de participação nos embarques no primeiro quadrimestre de 2025, teve índice de atrasos de 67% no mês passado, com o maior intervalo sendo de 15 dias entre o primeiro e o último deadline. Esse percentual indica que 26 dos 39 navios destinados às remessas do produto sofreram alteração de escalas. Desde o início do levantamento realizado pelo Cecafé, em junho de 2024, os exportadores associados à entidade acumulam um prejuízo de R$ 73,233 milhões com esses custos extras em virtude da estrutura defasada nos principais portos de escoamento do produto no Brasil. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.