11/Jun/2025
As chuvas estão um pouco mais frequentes neste mês de junho, e as temperaturas, mais baixas em praticamente todas as regiões produtoras de arábica no Brasil. Esse cenário pode deixar a colheita da temporada 2025/2026 da variedade mais lenta, à medida que a chuva limita as atividades no campo e o clima frio desacelera a maturação do fruto. Quanto à qualidade, não há relatos de comprometimento do grão da safra 2025/2026 por conta do clima. Destaca-se que a colheita da atual temporada contrasta bastante com a da temporada anterior, quando, nesta época, o calor adiantava a maturação dos grãos e antecipava os trabalhos no campo.
Em geral, as regiões mais ao sul de São Paulo e do Paraná, como Marilia (SP) e Londrina (PR), são as que registram mais chuvas por vários dias consecutivos. Segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), tem chovido diariamente nestas regiões desde o dia 3 de junho e, no acumulado da parcial de junho, foram 38 milímetros na região de Marilia e 43,6 mm na região de Londrina. Em Franca (Mogiana Paulista) e Varginha (Sul de Minas Gerais), as chuvas acabaram se concentrando nos dias 4 e 9 de junho, totalizando 47,2 mm e 29 mm, respectivamente. Na Mogiana, como a colheita ainda está ganhando ritmo e, com isso, pouco café está no terreiro para secar, esta chuva ainda não deve trazer grandes problemas para os grãos.
No Sul de Minas Gerais, a colheita está um pouco mais adiantada, mas agentes consultados reportam que os impactos do clima sobre a qualidade do café ainda não devem ser expressivos. No Cerrado Mineiro, as chuvas foram muito pontuais e a colheita ainda está bem no começo. Nestes primeiros dias de junho, a colheita de café no Sul de Minas Gerais se aproximava dos 20% da produção esperada. No Noroeste do Paraná, as atividades somavam entre 25% e 30%; e, na Alta Mogiana Paulista (SP) e no Cerrado Mineiro (MG), totalizam de 7% a 10%. Para esta semana, uma frente fria que avança pela Região Sudeste deve trazer chuvas de forma moderada a intensa, com possibilidade de temporais localizados em São Paulo, de acordo com a Climatempo.
Esse contexto pode limitar o progresso da colheita ao longo desta semana e, consequentemente, se refletir sobre as cotações. Os preços do arábica seguem em queda, mas o movimento de baixa foi limitado por chuvas e pelas consequentes paralisações da colheita. O Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, posto em São Paulo, está cotado a R$ 2.303,94 por saca de 60 Kg, queda de 0,53% nos últimos sete dias. Na Bolsa de Nova York, o contrato Setembro/2025 do arábica está cotado a 359,40 centavos de dólar por libra-peso, aumento de 5,1% frente nos últimos sete dias. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.