07/Aug/2025
Entidades do setor cafeeiro brasileiro se manifestaram nesta quarta-feira (06/08) contra a tarifa de 50% imposta pelos Estados Unidos às importações do produto do Brasil, classificada como um desafio "sem precedentes" para a competitividade do produto no mercado norte-americano. A tarifa gerou reações do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé) e da Associação Brasileira da Indústria de Café Solúvel (Abics), que têm buscado diálogo com autoridades norte-americanas e brasileiras para tentar reverter a medida. O Cecafé informou que está atuando em conjunto com a National Coffee Association (NCA), traders, importadoras e redes de cafeteria dos Estados Unidos, além de manter o governo brasileiro informado.
A entidade trabalha para que o café brasileiro seja incluído em uma lista norte-americana de isenção da taxação, justificando que se trata de um produto não cultivado em escala nos Estados Unidos, que são os maiores consumidores mundiais da bebida e absorvem mais de 24 milhões de sacas de 60 Kg ao ano. Caso a isenção não se concretize, o Cecafé também tentará a exclusão do produto da lista de retaliações do Brasil. a entidade seguirá trabalhando para que o café entre na lista de isenções do Brasil, sendo excluído da taxação adicional de 40%. Segundo a Abics, que representa todo o setor de café solúvel no Brasil, a tarifa representa um desafio significativo e sem precedentes para a competitividade do produto brasileiro no mercado norte-americano.
Os Estados Unidos são o principal destino do café solúvel brasileiro, com cerca de 780 mil sacas de 60 Kg exportadas em 2024, o que equivale a 20% do total embarcado. O café solúvel brasileiro será o mais penalizado. O México continuará a exportar sem tarifas, enquanto outros países enfrentarão taxas menores, entre 10% e 27%. A Abics alerta ainda para o impacto nos consumidores dos Estados Unidos. Esta decisão não apenas prejudica a indústria brasileira, mas também pode impactar negativamente os consumidores norte-americanos, que se beneficiam da qualidade e do preço competitivo do produto nacional. A associação intensificou os esforços de negociação com entidades do setor, autoridades brasileiras e clientes nos Estados Unidos, buscando reverter a tarifa ou ao menos garantir isenção para todos os cafés brasileiros. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.