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04/Sep/2025

Prejuízo com problemas de infraestrutura portuária

Segundo o Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), o Brasil deixou de embarcar 508.732 sacas de 60 Kg, equivalentes a 1.542 contêineres, de café em julho de 2025. O não embarque desse volume, provocado pelo esgotamento da infraestrutura portuária, impediu que o País recebesse US$ 196,05 milhões, ou R$ 1,084 bilhão, como receita cambial em suas transações comerciais apenas em julho deste ano, considerando o preço médio Free on Board (FOB) de exportação de US$ 385,36 por saca de 60 Kg (café verde) e a média do dólar de R$ 5,52 no mês passado. Não é “saudável” ao comércio exterior brasileiro acumular prejuízos logísticos por causa da infraestrutura defasada do País, a qual vem causando constantes atrasos e alterações de escalas dos navios e, somente em julho, provocou um prejuízo de R$ 4,140 milhões aos exportadores de café com a adição de custos extras com armazenagem adicional, detentions, pré-stacking e antecipação de Gates.

O Porto de Santos (SP), que respondeu por 80,4% dos embarques de café de janeiro a julho deste ano, registrou um índice de 65% de atraso ou alteração de escalas de navios, o que envolveu 118 do total de 182 porta-contêineres. O tempo mais longo de espera no mês retrasado foi de 35 dias neste porto. Em julho de 2025, 51% dos navios, ou 167 de um total de 327 embarcações, tiveram atrasos ou alteração de escalas nos principais portos do Brasil, conforme o Boletim Detention Zero (DTZ), elaborado pela startup ElloX Digital em parceria com o Cecafé. O levantamento foi iniciado em junho de 2024 e, desde então, as empresas associadas ao Cecafé acumulam um prejuízo de R$ 83,061 milhões com esses gastos elevados e imprevistos, decorrentes dos atrasos e alteração de escalas dos navios, por falta de infraestrutura portuária adequada nos principais portos de escoamento do café no Brasil.

O Cecafé está um pouco mais otimista com os avanços nas discussões do leilão do Tecon Santos 10, pois o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) afirmou não fazer sentido a criação de restrições na participação de interessados no leilão do Tecon Santos 10 e que existem ‘remédios’ mais adequados para impedir eventuais concentrações de mercado. Em audiência pública realizada pela Comissão de Desenvolvimento Econômico (CDE) da Câmara Federal, ficou evidente a importância de se avançar, com celeridade, no leilão do Tecon Santos 10, sem restrição de participação, para que ele ocorra ainda em 2025 e proporcione condições portuárias adequadas para as cargas nos próximos anos, evitando prejuízos ao comércio exterior do País. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.