04/Sep/2025
O mês de agosto foi marcado pelo encerramento da colheita de café no Brasil e pelo forte avanço nos preços do grão. No acumulado do mês, a valorização de ambas as variedades ficou acima de R$ 500,00 por saca de 60 Kg, com avanços expressivos de quase 50% para o robusta e de 28% para o arábica. Diante dessa alta, o café voltou a ser negociado no Brasil nos patamares verificados entre maio e junho, quando a colheita estava apenas começando. O impulso aos valores vem sobretudo da oferta limitada. O encerramento da colheita brasileira tem evidenciado quebras de produção superiores às previstas inicialmente. Esse volume abaixo do potencial produtivo tende a dificultar a recomposição dos estoques mundiais. Além disso, a tarifação extra dos Estados Unidos sobre o café brasileiro também tem reforçado o movimento de alta no Brasil.
Isso porque, ainda que os embarques àquele país se reduzam, as taxas têm resultado em movimento de alta nos preços no mercado norte-americano, causando, por sua vez, avanços nos contratos negociados na Bolsa de Nova York, e as altas externas acabam sendo repassadas ao Brasil. Além disso, as condições de produção para a próxima safra brasileira também estão no radar do mercado. Neste inverno, algumas geadas foram registradas em importantes regiões produtivas, com destaque para o Cerrado Mineiro (MG), o que pode atrapalhar o desenvolvimento da safra 2026/2027. Somado a isso, com a entrada de setembro, o mercado já começa a observar a próxima florada brasileira, que deve ser verificada com o retorno das chuvas.
Vale lembrar que a temporada 2026/2027 será de suma importância para a recuperação dos estoques mundiais de café, uma vez que o Brasil já vem de várias colheitas sem atingir produção recorde. A valorização registrada para o café desde o fim do ano passado deixou produtores em melhores condições de negociar. Isso tem ampliado o poder de barganha na hora da venda. No momento, o mercado em alta faz com que muitos aguardem uma definição mais clara para comercializar a produção. No acumulado do mês (entre 31 de julho e 29 de agosto), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, posto em São Paulo, avançou R$ 511,18 por saca de 60 Kg (ou 28,2%), fechando a R$ 2.323,05 por saca de 60 Kg no dia 29 de agosto.
Na Bolsa de Nova York, o contrato Dezembro/2025, o mais líquido, subiu expressivos 34% no mês, encerrando a 386,10 centavos de dólar por libra-peso no dia 29 de agosto. Para o robusta, no mesmo período, o Indicador CEPEA/ESALQ do tipo 6, peneira 13 acima, à vista, a retirar no Espírito Santo, registrou expressiva alta de R$ 505,95 por saca de 60 Kg (ou de 49,2%), encerrando o dia 29 de agosto a R$ 1.534,40 por saca de 60 Kg. Nos últimos sete dias, especificamente, o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, posto em São Paulo, registra alta de 2%, cotado a R$ 2.332,86 por saca de 60 Kg. Para o robusta, o Indicador CEPEA/ESALQ do tipo 6, peneira 13 acima, à vista, a retirar no Espírito Santo, avançou 0,3% de 25 de agosto a 1º de setembro. O tipo 7/8, bica corrida, à vista, a retirar no Espírito Santo, tem valorização de 0,2% no mesmo comparativo, a R$ 1.454,41 por saca de 60 Kg. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.