01/Oct/2025
Chuvas em meados de setembro animaram os cafeicultores brasileiros, à medida que devem favorecer o desenvolvimento da safra 2026/2027. Agora, os produtores estão à espera da abertura das flores na maioria das lavouras de arábica da Região Sudeste do Brasil. Até o encerramento do mês de setembro, alguns agentes já sinalizavam começo de floração em certos talhões, mas uma parcela mais significativa deve florescer nos primeiros dias de outubro. Nas regiões irrigadas, as lavouras apresentam uma florada significativa, indicando bom potencial para a próxima safra. Nas áreas de sequeiro, a floração está um pouco mais atrasada.
No momento, é fundamental que as chuvas persistam, a fim de evitar o abortamento das flores que já abriram e garantir o desenvolvimento da produção. Entre 22 e 25 de setembro, foram registrados de 25 a 45 milímetros de chuva em boa parte das regiões produtoras da variedade, mas, para os primeiros dias de outubro, o Climatempo indica tempo mais seco. A safra 2026/2027 do Brasil é bastante aguardada como alternativa para, ao menos, melhorar os estoques globais de café, já que a temporada 2025/2026 ficou abaixo das expectativas no beneficiamento dos lotes. Assim, qualquer possibilidade de redução do potencial da próxima safra gera grande insegurança no mercado, intensificando a atual volatilidade.
Todo esse cenário, com a safra colhida abaixo do inicialmente esperado, estoques globais reduzidos, início das chuvas no Brasil com evolução para a abertura das floradas e a manutenção da sobretaxa norte-americana sobre as importações de café brasileiro mantêm o mercado em forte oscilação. O contrato Dezembro/2025 negociado na Bolsa de Nova York atingiu 415,65 centavos de dólar por libra-peso no dia 15 de setembro, mas encerrou o dia 29 de setembro, a 372,20 centavos de dólar por libra-peso, acumulando queda de aproximadamente 4.350 pontos em apenas 14 dias. No balanço do mês (entre 29 de agosto e 29 de setembro), o contrato Dezembro/2025 recuou 1.390 pontos. No mercado brasileiro, ao longo de setembro, os preços também apresentaram forte oscilação.
Mas, ainda que os valores tenham oscilado com força ao longo de setembro, as médias mensais do arábica operam acima das registradas em agosto. O Indicador do arábica encerrou setembro com média de R$ 2.248,92 por saca de 60 Kg, alta de 12% frente à do mês anterior. No acumulado do mês de setembro, o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, posto em São Paulo, recuou quase R$ 200,00 por saca de 60 Kg (ou queda de 8,1%), fechando a R$ 2.134,16 por saca de 60 Kg no dia 29 de setembro. Vale destacar que, também no dia 15 de setembro, o Indicador do arábica atingiu R$ 2.376,04 por saca de 60 Kg, o maior patamar desde maio/2025. De lá para cá, a baixa foi de 10,2%. Um ponto importante sobre os preços é que, mesmo em períodos de alta, os produtores têm comercializado de forma muito cadenciada, ainda à espera de valores mais atrativos. Fonte: Cepea. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.