03/Oct/2025
Segundo o Rabobank, o Brasil tem pleno potencial para se consolidar como o principal player global no mercado de café robusta. A cadeia de suprimentos é bem estruturada e os sistemas de rastreabilidade facilitam a conformidade com o Regulamento da União Europeia sobre Produtos Livres de Desmatamento (EUDR). Dados da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) mostram que o País tem cerca de 28 milhões de hectares de pastagens degradadas com alto potencial agrícola, permitindo a expansão do café robusta sem necessidade de desmatamento. A demanda por café robusta está em alta, especialmente em mercados emergentes.
A tendência crescente do consumo fora de casa favorece bebidas à base de café com os perfis de sabor intenso do robusta. A isenção do café solúvel no EUDR também está impulsionando a demanda por formatos à base de robusta, o que pode apoiar o crescimento da produção nos próximos anos. No entanto, os custos de implementação do café robusta são altos. E, com a elevação das temperaturas e a redução da pluviosidade anual nas principais regiões produtoras de café, as mudanças climáticas tornaram-se a principal restrição de produtividade para os produtores brasileiros.
Ainda assim, o café robusta apresenta maior resiliência ao calor, à seca e a doenças em comparação com o arábica, e a irrigação tornou-se uma solução estratégica para garantir a produtividade e a qualidade das lavouras de café no Brasil. Em um mercado global com impacto cada vez maior da volatilidade climática, as características intrínsecas do robusta, combinadas à capacidade do Brasil de cultivar em larga escala, posicionam o país para oferecer um fornecimento mais estável e confiável. Mas, para isso, será necessário superar os desafios impostos pelas condições climáticas instáveis, pela volatilidade de preços, pelo aumento de custos e pelas incertezas geopolíticas. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.