27/Nov/2025
Segundo o BTG Pactual, a remoção da tarifa adicional de 40% dos Estados Unidos sobre diversos produtos agrícolas importados do Brasil tende a pressionar o mercado de café no curto prazo. Com as tarifas de 40% aplicadas em julho, o fluxo físico de café brasileiro para os Estados Unidos praticamente cessou. Torrefadoras e importadores norte-americanos passaram, então, a usar os contratos futuros negociados na Bolsa de Nova York para acessar os lotes certificados estocados nos entrepostos da ICE, o que sustentou os preços no período. A revogação das tarifas reduz essa urgência.
Na véspera do anúncio, sob rumores, os futuros caíram 3%; no dia seguinte, mais 2%. O restabelecimento do fluxo físico, portanto, tende a pressionar o mercado no curto prazo. A oferta certificada de arábica brasileiro na ICE despencou, indo de 477 mil sacas de 60 Kg, em novembro de 2024, para apenas 19,9 mil sacas de 60 Kg em novembro de 2025, enquanto estoques de origens como México, Honduras e Uganda aumentaram ao longo do último ano e foram rapidamente consumidos após a imposição do tarifaço. No entanto, essa pressão deve ser temporária.
Com o fim das tarifas, torrefadoras e importadores podem iniciar um movimento de recomposição dos estoques de arábica brasileiro nos Estados Unidos, o que tende a dar suporte aos preços no médio prazo. Superado o tema tarifário, o mercado de café deve voltar a monitorar o clima no Brasil, o maior produtor global de arábica. Há um "longo caminho" até maio, com necessidade de chuvas regulares para florada, pegamento e enchimento dos grãos, especialmente após o estresse hídrico observado em outubro no Sul de Minas Gerais. A incerteza climática seguirá alimentando volatilidade no mercado futuro nos próximos meses. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.