18/Set/2019
De acordo com o Rabobank, em relatório trimestral sobre commodities agrícolas divulgado nesta terça-feira (17/09), é esperada uma virada do ciclo em 2019/2020, com a previsão de déficit no balanço mundial de açúcar. O déficit global é estimado em 5 milhões de toneladas. Entretanto, no curto prazo, as projeções indicam que há muito estoque disponível para exportação, como ilustram as grandes entregas nos vencimentos de contratos recentes nas Bolsas de Nova York e Londres.
Esse é um dos principais motivos pelos quais as cotações do açúcar demerara na Bolsa de Nova York têm dificuldade em se manter acima dos 11,00 centavos de dólar por libra-peso. A expectativa é de que qualquer recuperação dos preços em 2019/2020, na ausência de imprevistos, ocorrerá gradualmente. Mesmo assim, as recentes elevações do câmbio geraram oportunidades para fixar bons preços em Reais, em torno de R$ 1.300,00 por tonelada, nos vencimentos mais distantes, até março 2022.
Em contraste, os preços de etanol continuaram firmes durante a safra brasileira, sendo a salvação deste ciclo. Mesmo assim, a turbulência nos mercados globais gerou preocupação sobre a perspectiva no preço do petróleo, componente chave para determinar o teto do preço de etanol no País durante a entressafra. Apesar da ameaça de desaceleração do crescimento mundial, há fatores idiossincráticos, como a queda dos estoques nos Estados Unidos e a política da Arábia Saudita de equilibrar o mercado, que apoiarão o preço de petróleo até o fim de 2019.
Além disso, conflitos geopolíticos, como o ataque com drones, no fim de semana, que comprometeu cerca de metade da produção da Arábia Saudita. Ao longo do próximo trimestre, a safra no Centro-Sul vai terminar, a safra na Europa entra em pleno vapor, e as safras na Índia e na Tailândia começarão. Todas estas safras merecem ser monitoradas de perto, dada a capacidade de influenciar o balanço mundial. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.