01/Set/2020
O Brasil não deve renovar a cota sem tarifa para importação de etanol que venceu nesta segunda-feira (31/08), e com isso compras de fora do Mercosul deve passar a pagar taxa de 20%. Com o fim da cota, que prejudicaria principalmente os Estados Unidos, os maiores fornecedores dos brasileiros, o Brasil deve buscar uma abertura de negociação comercial com o governo Donald Trump, para evitar retaliações norte-americanas. A tendência é deixar cair a cota e tentar negociar com os norte-americanos para combinar um novo pacote, mais equilibrado.
Uma negociação, contudo, dependeria de vontade política de Donald Trump, que vem sendo pressionado pelos produtores em seu país a impor uma tarifa de importação, caso o Brasil não elimine a sua. A não renovação da cota anual é um pedido do poderoso lobby agrícola no Brasil. No entanto, ao agradar o setor agrícola, o presidente Jair Bolsonaro desagradaria Donald Trump e o produtor de etanol e milho antes da eleição dos Estados Unidos em um momento em que as vendas de combustível estão baixas devido à pandemia.
Segundo a União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), qualquer liberalização no comércio de etanol deve ser seguida por um movimento para reduzir o imposto de importação dos Estados Unidos sobre o açúcar brasileiro. De outra forma, não haverá ganho para o Brasil renovar a cota ou eliminar a tarifa. Uma negociação com os Estados Unidos poderia tomar três caminhos: livre comércio de etanol por livre comércio em açúcar; manutenção do regime de cotas, com uma calibragem na quantidade e distribuição ao longo do ano; e fim do regime de cotas com uma calibragem na tarifa. A opção mais realista é a segunda, com a manutenção do regime de cotas. Fonte: Reuters. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.