03/Set/2020
Durante uma reunião de uma hora e 40 minutos ocorrida na terça-feira (1°/09), o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, tentou convencer as lideranças do segmento de etanol do Brasil e seus pares em Brasília que, se o País prorrogar mais uma vez a cota de importação do biocombustível sem tarifa, arrancará dos Estados Unidos, principais beneficiários da medida, uma contrapartida para facilitar a entrada de açúcar brasileiro no mercado norte-americano. Mas, seu esforço retórico não teve sucesso.
Ao fim da reunião, os ministros presentes apenas acordaram em firmar posição de que o Brasil está aberto a negociações com os Estados Unidos. Enquanto isso, o País mantém a tarifa do Mercosul, de 20% sobre todas as importações, sem cota. Também participaram do encontro os ministros Bento Albuquerque (Minas e Energia) e Tereza Cristina (Agricultura). O resultado não foi o desejado por Araújo.
O chanceler insistiu que conseguiria uma contrapartida se a cota fosse prorrogada por ao menos 30 dias, ou por 90 dias (até novembro), quando ocorrem as eleições norte-americanas. A posição do ministro foi recebida com perplexidade pelos representantes da indústria. O argumento do segmento é que o Brasil já fez essa concessão em 2019, quando não apenas prorrogou a cota isenta de tarifa como aumentou o volume, que era de 600 milhões de litros em 12 meses entre 2017 a 2019 para 750 milhões de setembro de 2019 até agosto.
A prorrogação já foi feita como um sinal de boa vontade do Brasil para com os Estados Unidos. No encontro, o deputado Alceu Moreira (MDB-RS), presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), disse ao ministro que o Congresso Nacional não aceitará uma renovação da cota. Segundo ele, o setor fez Ernesto Araújo enxergar que basta que os norte-americanos façam uma proposta concreta para que haja discussões. Fonte: Valor Online. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.