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22/Out/2020

Cana: preocupação com clima seco no Centro-Sul

As chuvas voltaram ao Centro-Sul do Brasil após meses de tempo seco, mas o volume pode ser insuficiente para o desenvolvimento da nova safra de cana-de-açúcar, que começa a ser colhida em abril do ano que vem. As chuvas de outubro no Centro-Sul estão abaixo da média histórica e da média no ano passado. Historicamente, a região costuma receber 120 milímetros no mês, e as chuvas até o momento estão na casa dos 20 mm, embora haja previsão de que, até o fim de outubro, alcance 130 mm. Para novembro, a média deve ficar um pouco acima do patamar histórico, que é de 25 mm a 30 mm. Em dezembro, ficará próximo da média histórica, de 70 mm a 75 mm. Essa incerteza climática já influencia o desempenho dos contratos futuros de açúcar na Bolsa de Nova York.

Segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), o estado de São Paulo, principal produtor de cana-de-açúcar do País, vem tendo problemas com o tempo seco desde o primeiro semestre. Em julho e em setembro todo o Estado teve precipitação abaixo da média. Em agosto, o norte e centro-norte já tinham tido esse problema. No caso específico da região norte de São Paulo, a seca é observada desde março. Na região da Mogiana, até Alta Mogiana, a chuva pode normalizar em outubro e, pelo menos os primeiros dez dias de novembro, devem ter precipitações dentro ou acima da média. A Somar acrescenta que, mesmo mais frequente, a chuva ainda não é a ideal para as lavouras de cana-de-açúcar. Em São Paulo e em Mato Grosso do Sul o volume é baixo, o que explicaria o solo seco nas regiões produtoras paulistas. Mas, a tendência é que, em novembro, fique mais frequente e, até o final do mês, os volumes fiquem mais expressivos.

É preciso chuvas regulares até o fim do ano e, principalmente, entre janeiro e março de 2021. Se o clima úmido continuar, a cana-de-açúcar vai se recuperar do período de seca dos meses anteriores. É preciso manter a atenção ao fenômeno climático La Niña, que se caracteriza por clima mais seco no Centro-Sul do Brasil. Para os próximos 15 dias, a expectativa é de volumes positivos de chuva, principalmente em São Paulo e Minas Gerais. Com base no atual cenário climático, pode haver uma queda de 1,2% na moagem de 2021/2022 no Centro-Sul, para 590,4 milhões de toneladas, recuo de 8,7% na produção de açúcar, para 34,6 milhões de toneladas, e leve avanço de 0,6% na produção de etanol de cana-de-açúcar, para 26,7 bilhões de litros. Na Bolsa de Nova York, o contrato mais líquido do açúcar, com vencimento em março do ano que vem, acumula valorização de 10% em um mês. O Brasil, maior produtor e exportador de açúcar, se tornou o principal provedor do mundo, principalmente na atual temporada.

Outros grandes produtores passam por problemas diferentes, o que reduz ainda mais a oferta global. A Índia vive incerteza política em relação ao subsídio às importações na safra global atual. A Tailândia, um dos principais exportadores, deve ter mais uma temporada de produção baixa. Há também preocupações relacionadas ao etanol. A demanda pelo biocombustível vem se recuperando à medida que a economia do País é reaberta após as restrições feitas no combate à Covid-19, e a produção pode ficar em patamares baixos por causa do mix mais açucareiro das usinas brasileiras. Uma vantagem são os estoques relativamente altos do biocombustível em decorrência dos meses de consumo baixo enquanto o isolamento era seguido com mais rigidez. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.