23/Aug/2024
De acordo com o 2º Levantamento da Safra 2024/2025 divulgado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) nesta quinta-feira (22/08), a produção brasileira de cana-de-açúcar na safra 2024/2025 está projetada em 689,83 milhões de toneladas, o que corresponde a uma queda de 3,3% em comparação com a temporada anterior 2023/2024 (713,21 milhões de toneladas). No entanto, o volume, se confirmado, será o segundo maior a ser colhido na série histórica, atrás apenas da produção obtida no ciclo anterior. A redução na produção de 3,3% é explicada principalmente pelo menor desempenho das lavouras, já que a previsão é de uma queda na produtividade de 6,6%, esperada em 79.953 quilos por hectare ante 85.580 quilos por hectare no ciclo anterior. Os baixos índices pluviométricos aliados às altas temperaturas registradas na Região Centro-Sul do País são os principais fatores que devem reduzir a produção em relação à safra passada.
A estimativa de área plantada com cana-de-açúcar é de 8,63 milhões de hectares em 2024/2025, crescimento de 3,5% em relação ao ciclo 2023/2024 (8,33 milhões de hectares). Com cerca de 50% da estimativa de produção de cana-de-açúcar colhida, observa-se a manutenção da maior destinação da matéria-prima para a fabricação de açúcar. A produção para o açúcar está estimada em 46 milhões de toneladas, acréscimo de 0,7% ao obtido na safra anterior (45,68 milhões de toneladas), um novo recorde na série histórica caso o resultado se confirme. O etanol, outro produto fabricado a partir da cana-de-açúcar, deve apresentar uma redução de 4,1%, sendo estimado em 28,47 bilhões de litros ante 29,69 milhões de litros na temporada anterior. A menor destinação da cana-de-açúcar para a produção do combustível é explicada pelas condições mercadológicas mais favoráveis para o açúcar, além da menor produção da matéria prima nesta safra.
Em compensação, o etanol derivado de milho apresenta crescimento de 17,3%, já correspondendo a cerca de 20% da produção total de combustível no País, estimada em 6,94 bilhões de litros ante 5,92 bilhões de litros em 2023/2024. Esse incremento contribui para que a produção total de etanol permaneça em torno de 35,41 bilhões de litros. Responsável por 64,2% da produção de cana-de-açúcar no País, a Região Sudeste tem uma colheita estimada em 442,8 milhões de toneladas, queda de 5,6% em comparação à safra 2023/2024, com a maior redução, de 27,22 milhões de toneladas, observada em São Paulo. A produtividade média da região apresentou uma redução significativa, chegando a 82.879 quilos por hectare, 9,9% inferior que o registrado em 2023/2024, reflexo do forte déficit hídrico, ocasionando, desta forma, níveis críticos de disponibilidade de água no solo. Para a Região Centro-Oeste, a estimativa é de uma safra de 149,17 milhões de toneladas, alta de 2,8% quando comparada com o ciclo passado.
Com a colheita atingindo cerca de 49% da produção, a produtividade média deve permanecer estável, mesmo com as adversidades climáticas ao final do ano passado, se mantendo em torno de 81.577 Kg por hectare. A alta na produção é influenciada pela maior área destinada à cultura em virtude de novos arrendamentos próximos às unidades de produção. As áreas produtoras de cana-de-açúcar nas Regiões Norte e Nordeste do País acompanham o movimento de alta na produção registrada na Região Centro-Oeste. Mas nessas duas regiões, além do aumento de área, se observa também um incremento nas produtividades médias das lavouras. Na Região Nordeste, a estimativa de produção de cana-de-açúcar é de 59,62 milhões de toneladas, crescimento de 5,6% em relação à obtida na safra anterior, enquanto na Região Norte é esperada uma produção de 4,04 milhões de toneladas, alta de 2,6% quando comparada com 2023/2024. A Região Sul deve produzir 34,21 milhões de toneladas de cana-de-açúcar, uma redução no volume obtido no ciclo anterior em razão da estimativa de menor produtividade e área. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.