16/Oct/2024
Os futuros de açúcar demerara fecharam em alta nesta terça-feira (15/10) na Bolsa de Nova York. O vencimento março/2025 ganhou 43 pontos (1,92%), e fechou a 22,82 centavos de dólar por libra-peso. Perspectivas de aperto na oferta brasileira seguiram impulsionando os preços do açúcar. A holding de investimentos Wilmar International cortou sua estimativa de produção de açúcar do Centro-Sul brasileiro em 2024/2025, para uma faixa entre 38,2 milhões de toneladas e 39,5 milhões de toneladas, por causa das chuvas limitadas e das altas temperaturas.
Além disso, embora as chuvas do fim de semana em áreas produtoras possam ter efeitos positivos na safra 2025/2026, o efeito imediato é negativo. Afinal, devem atrasar a moagem e afetar o Açúcar Total Recuperável (ATR), que estava elevado nesta safra. Isso deve reduzir a proporção de açúcar produzido e impactar o fim da safra. Há questionamentos, ainda, sobre qual será o volume total da safra e quão severos serão os efeitos da seca e dos incêndios na próxima temporada, com avaliações de que o volume de cana moída ficará abaixo das 600 milhões de toneladas. Olhando para as últimas sete safras, a moagem até outubro costuma representar, em média, 81,2% do total da safra. Isso sugeriria que restam cerca de 117 milhões de toneladas a serem moídas.
No entanto, alguns agrônomos preveem uma redução de até 25% na cana-de-açúcar remanescente, o que levaria o total da safra para aproximadamente 593 milhões de toneladas. No entanto, o açúcar brasileiro continua a abastecer o mercado global. De acordo com dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), a média diária de açúcares e melaços exportados pelo Brasil nas duas primeiras semanas de outubro ficou 33,6% acima da média de todo o mês de outubro, em 182.871 toneladas. Somado a isso, a forte desvalorização do petróleo também pode ter limitado ganhos mais expressivos do açúcar. O dólar valorizado ante o Real também tende a ser altista.