23/Oct/2024
Segundo a Câmara Setorial do Açúcar e do Álcool do Ministério da Agricultura, mesmo com o momento favorável de preços globais do açúcar e da conquista de margens positivas de cinco anos para cá, o setor sucroenergético segue cauteloso em apostar em investimentos de grande porte neste momento. O fator de mais atenção neste momento, para o setor de cana-de-açúcar, é quanto as plantas de etanol de milho vão se expandir no País. Mesmo assim, o mercado para etanol, de maneira geral, é promissor, tendo em vista a recente promulgação, pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do marco legal do Combustível do Futuro. Com mais mercado, o produtor poderá plantar mais, embora ele deva, antes, perceber como se dará o crescimento da demanda.
No âmbito das discussões da Câmara Setorial do Açúcar e do Álcool, o que se depura como prioritário, neste momento, é transformar as usinas em flex, ou seja, que as unidades industriais tenham condições de produzir tanto açúcar quanto etanol, revertendo a produção para um ou outro conforme as condições de mercado. A maioria das usinas do Brasil ainda não é flex. Há aquelas direcionadas só para o açúcar e outras só para o etanol. Na Região Nordeste, as poucas que não eram flex já estão sendo convertidas. Sobre a possibilidade de a expansão do etanol de milho inibir, de alguma forma, investimentos das usinas no setor de cana-de-açúcar, de fato interfere. Como o setor de etanol de milho está crescendo muito, deve-se esperar um tempo para "uma acomodação". A partir daí, as usinas poderão pensar em novos investimentos e expansão. E o horizonte de estabilização do mercado de etanol de milho vai ocorrer a médio prazo. Ou seja, ainda vão alguns anos.
O Combustível do Futuro seria um bom mote para o crescimento do setor canavieiro, assim como para o etanol de milho. Como o Combustível do Futuro foi aprovado agora, é preciso esperar para ver como o mercado vai se acomodar. Importante relembrar dos anos de boom do setor sucroenergético, na década de 1990, quando inúmeras usinas se espalharam pelo Centro-Sul, com uma forte crise subsequente. Por causa dessa experiência, mesmo no atual cenário promissor, os usineiros estão bem mais cautelosos. O etanol de milho traz cautela aos investimentos no setor canavieiro. Assim, é preciso ver o que o Combustível do Futuro vai trazer de demanda, esperar a estabilização do etanol de milho e só então pensar em investimentos. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.