12/Nov/2024
Segundo a consultoria PWC, as recentes turbulências em relação aos carros elétricos, decorrentes de fatores como falta de infraestrutura de carregamento, preços altos e fim de subsídios, desaceleraram as vendas em nove dos dez maiores mercados globais, entre eles, Estados Unidos e Alemanha. A exceção no grupo desses dez mercados é o Brasil. O País registra uma alta significativa de vendas de automóveis 100% a bateria ao longo deste ano, com uma variação de 492,8% até setembro, ante 24,6% no mesmo período 2023. Os negócios têm sido puxados pela chegada de marcas chinesas com preços competitivos em relação aos elétricos importados por montadoras tradicionais e, até mesmo, na comparação com alguns dos produtos com motores a combustão. Em unidades, o número de elétricos vendidos no País ainda não é muito relevante, somando 45,7 mil unidades, o equivalente a 3,2% do total de automóveis e comerciais leves comercializados no período.
No Reino Unido, que está logo abaixo do Brasil em volume geral de vendas de automóveis, os carros a bateria somaram 269,9 mil unidades. Na incomparável China, foram 4,2 milhões de unidades. Mas, enquanto a venda de elétricos desacelera na maior parte dos países, a comercialização de veículos híbridos (que combinam um motor a combustão e um elétrico) e híbridos plug-in (quando o motor elétrico pode ser carregado por uma fonte externa) teve melhoria de desempenho ou, ao menos, desaquecimento menor nas vendas, em vários desses locais na comparação com os resultados de janeiro a setembro de 2023. Esse movimento fortalece as análises de que a transição energética por meio de frotas totalmente elétricas pode ser mais lenta do que se esperava. Países com datas definidas para o fim da produção de carros a combustão estão agora revendo prazos e buscando um mix com mais híbridos.
Antes dessa reviravolta global, a “hibridização” já era a escolha do Brasil, mas com o uso da tecnologia flex, que permite abastecer o motor a combustão com etanol ou gasolina. A China, líder mundial do mercado automotivo e maior fabricante de elétricos, registrou alta de 14,2% nas vendas de janeiro a setembro. Em igual período de 2023, a alta tinha sido de 25,6%. As vendas de híbridos no país cresceram 6,9%, enquanto em 2023 o saldo foi negativo em 4,5%. O desempenho de híbridos plug-in se manteve acima dos 80%. Nos Estados Unidos, a mudança foi ainda mais expressiva. As vendas de elétricos cresceram 17,9% no período analisado, ante 64,1% em 2023. O crescimento dos híbridos também desacelerou, mas em menor proporção, de 38,6% para 28,7%. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.