04/Apr/2025
A Organização Internacional do Açúcar (OIA) avalia que o impacto do pacote de tarifas do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, no mercado de açúcar será limitado. Os embarques açucareiros não serão afetados porque os Estados Unidos já controlam suas compras por cotas estabelecidas previamente, que já foram usadas. No mercado de açúcar, o principal impacto das tarifas norte-americanas será sobre os derivados. Para avaliar isso, é preciso ver os números anunciados para biscoitos e produtos da confeitaria da Europa, por exemplo. As tarifas, de forma geral, surpreendem a todos porque muitos acreditam que os percentuais serão maiores. No caso do Brasil, é preciso entender se os 10% anunciados serão um patamar mínimo, serão adicionais aos já existentes ou serão acumulados à taxa geral de 10%.
A Organização de Associações de Produtores de Cana do Brasil (Orplana) afirmou que o setor esperava percentual maior de tarifas a serem aplicadas pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros. A expectativa era de um percentual na ordem de 18%, mas os Estados Unidos fizeram uma avaliação de inflação e negocial para tomar essa atitude de deixar o Brasil no menor patamar. Quando há mercados competitivos com custo de produção baixo, a negociação é mais fácil. A entidade pede que o setor sucroenergético e o agronegócio como um todo não sejam moeda de troca para qualquer acordo comercial. Em relação aos impactos para o mercado global de açúcar, será necessário avaliar as tarifas aplicadas sobre todos os principais países exportadores.
Austrália e México, principal exportador de açúcar para os Estados Unidos, não estão na lista apresentada. É preciso ver a posição do México, que exporta cerca de 5 milhões de toneladas de açúcar para os Estados Unidos, para avaliar os efeitos. Essa sobretaxa tende a afetar o consumidor final norte-americano, já que a indústria deve repassar os impostos. A dúvida é até quanto e quando o consumidor final vai conseguir pagar. O principal impacto das tarifas dos Estados Unidos tende a ser sobre os derivados de açúcar, como, por exemplo, refrigerantes, balas e doces. Claramente, isso terá um efeito inflacionário no mercado norte-americano. Há possibilidade de parte da indústria migrar para a glucose de milho como adoçante alimentício em alternativa ao aumento do custo do açúcar. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.