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11/Apr/2025

Cana: estimativa para safra global em 2025/2026

Segundo a StoneX, a safra global de cana-de-açúcar em 2025/2026 tende a começar com sinais positivos, impulsionada por uma recuperação esperada na produção da Índia e pela entrada em ritmo pleno da moagem no Centro-Sul do Brasil. No entanto, o cenário ainda exige atenção com fatores climáticos e com a demanda global, que continua contida no curto prazo. A estimativa inicial é positiva para a próxima safra, com a recuperação da Índia após uma queda acentuada na produção em 2024/2025. Os bons níveis dos reservatórios e as previsões de monções acima da média favorecem o plantio de cana-de-açúcar no país. Apesar de terem trazido excesso no passado, prejudicando a safra atual, as monções agora devem estimular bastante a produção.

A produção indiana em 2024/2025, estimada em março em 26,5 milhões de toneladas, ainda pode sofrer revisões para baixo, mas, mesmo nesse cenário, a Índia tende a encerrar a safra atual com estoques de passagem menores. Os estoques ao final da safra são de 4,25 milhões de toneladas, contando inclusive com a liberação das exportações. Na Tailândia, o ciclo 2024/2025 terminou com moagem de 92 milhões de toneladas, abaixo do esperado inicialmente. Para a safra 2025/2026, há otimismo, impulsionado pela queda nos preços da mandioca, principal cultura concorrente da cana-de-açúcar no país. Mesmo com a redução dos preços mínimos da cana-de-açúcar, o estímulo ao plantio deve crescer. No entanto, o nordeste da Tailândia, região crítica para a produção, dependerá fortemente de chuvas regulares.

Na União Europeia, o ciclo atual foi marcado por crescimento de produção puxado por aumento de área, mas esse movimento não deve se repetir. Para 2025/2026, deve haver uma área menor justamente por conta dos preços do açúcar, que impactam o valor pago pela beterraba. Ainda assim, países como França e Alemanha começaram o plantio mais cedo, o que pode ser um bom indicativo para a próxima safra. Sobre a demanda, haverá menor pressão por importações no curto prazo. Os estoques nos principais polos importadores cresceram bastante na safra passada.

A China caminha para uma de suas melhores safras dos últimos anos, com produção já próxima de 11 milhões de toneladas, o que reduz a necessidade de importações imediatas. A Indonésia também importou volumes expressivos no fim de 2023, o que deve afetar o apetite por açúcar neste início de 2024. No Brasil, o Centro-Sul encerrou o verão com chuvas irregulares e temperaturas elevadas. De janeiro a março, foi um período muito ruim. Indicadores climáticos já mostram sinais de estresse nas lavouras, embora ainda haja otimismo. A estimativa de moagem é de 608,5 milhões de toneladas de cana-de-açúcar em 2025/2026, número que será revisado em maio. O mix continua favorável ao açúcar, com preços mais atrativos que o etanol.

No mercado internacional, a tendência de preços é baixista até setembro, com a entrada da safra brasileira no pico. A partir do quarto trimestre do ano, haverá uma pressão mais altista com a saída do Centro-Sul das exportações e uma possível volta de uma pressão importadora maior. Apesar dos riscos, o saldo global de açúcar deve continuar com leve superávit em março, mas com possibilidade de déficit ao longo do ciclo 2024/2025. Isso coloca no mercado internacional uma dependência ainda maior no Brasil. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.