16/Apr/2025
De acordo com um estudo realizado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), a adoção integrada de soluções em melhoramento genético, biotecnologia e sementes sintéticas, desenvolvidas pelo Centro de Tecnologia Canavieira (CTC), tem potencial para evitar a emissão de 178,6 milhões de toneladas de CO2 por ano até 2042 pelo setor sucroenergético brasileiro. O material foi apresentado nesta terça-feira (15/04) durante o CTC Day, encontro promovido pelo CTC na sua sede, em Piracicaba (SP). O volume representa um crescimento de 129% em relação ao cenário registrado em 2022, e corresponde a cerca de 8% das emissões totais do Brasil ou metade das emissões anuais de um país como a França. Hoje, um hectare de cana-de-açúcar direcionado para etanol e bioeletricidade evita a emissão de cerca de 9 toneladas de CO2 equivalente. Com as novas tecnologias, esse número pode chegar a 21 toneladas por hectare.
Entre os principais vetores de avanço estão o uso de sementes mais produtivas e resistentes, biotecnologia, melhorias operacionais e maior eficiência industrial. Quase 80% da redução virá das novas tecnologias agrícolas, enquanto cerca de 12% estão associadas ao ganho incremental de eficiência na indústria. Entre os principais fatores que impulsionam essa evolução estão a redução na intensidade de carbono do etanol, de 22,2 gCO2/MJ (gramas de dióxido de carbono por megajoule) para 18,5 gCO2/MJ, o uso mais eficiente de insumos como diesel (com queda de 18,2%) e fertilizantes nitrogenados (com redução de 19,4%), além do aumento da produtividade agrícola sem a necessidade de expandir a área plantada.
A projeção leva em conta uma produtividade média de 75 toneladas por hectare em 2022 e o dobro desse valor no cenário futuro. Além dos benefícios ambientais, o estudo também destaca o impacto econômico da transformação tecnológica, com potencial geração de receita por meio da comercialização de créditos de carbono (CBios), reforçando a cana-de-açúcar como uma das principais aliadas da agenda climática global. Rodrigues também citou que uma usina que hoje obtém receita de R$ 900,00 por hectare com a venda de etanol e bioeletricidade poderia alcançar até R$ 2 mil com os ganhos de eficiência e os créditos de carbono atrelados a uma menor intensidade de emissões. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.