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24/Apr/2025

Cana: estimativa da safra 2025/2026 no Centro-Sul

O Itaú BBA reduziu suas estimativas para a moagem de cana-de-açúcar no Centro-Sul do Brasil na safra 2025/2026, que começou neste mês de abril, para 590 milhões de toneladas, ante as 601 milhões de toneladas projetadas anteriormente. O volume representa queda de 5% em relação à safra 2024/2025 e reflete o impacto do clima seco nos últimos meses. Os meses de fevereiro e março apresentaram um volume de chuvas bem abaixo da média. Com um ATR médio estimado de 141 Kg/tonelada de cana-de-açúcar e um mix de 52% voltado para o açúcar, a produção do açúcar foi revisada para 41,2 milhões de toneladas, volume inferior ao previsto anteriormente (42 milhões de toneladas), mas ainda 2,7% superior ao da safra passada.

No cenário global, o banco ajustou o balanço da safra 2024/2025 (outubro de 2024 a setembro de 2025) para um déficit de 4,3 milhões de toneladas, mesmo após considerar quebras de safra na Índia e Paquistão e uma desaceleração parcial do consumo global. Para a safra 2025/2026, a projeção é de superávit de 2,7 milhões de toneladas, mas há riscos. As previsões para a produção estão otimistas, o que tem um risco relevante de não se concretizar, lembrando que o volume dependerá também da competitividade do açúcar frente ao etanol. A estimativa atual do banco assume que as usinas brasileiras continuarão priorizando o açúcar. O banco projeta que preços abaixo de 18,50 centavos de dólar por libra-peso para o açúcar demerara na Bolsa de Nova York podem incentivar o deslocamento da cana-de-açúcar para a fabricação de etanol.

Isso se torna um suporte importante para o mercado, pois reduziria o superávit esperado no mercado global de açúcar. Apesar disso, a flexibilidade das usinas brasileiras para redirecionar a produção é limitada neste momento. A maior parte das usinas já comercializou a maior parte da safra de açúcar 2025/2026, o que restringe o impacto de preços atuais sobre a safra em curso, mas pode afetar a próxima. O Itaú BBA também chama atenção para o cenário macroeconômico, especialmente após o evento das tarifas do governo dos Estados Unidos, que pode desacelerar a economia global. Uma recessão tende a pressionar os preços do petróleo e da energia, com efeitos diretos sobre o etanol e, por consequência, sobre os preços e o equilíbrio do mercado de açúcar. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.