28/Apr/2025
Os contratos futuros de açúcar fecharam em alta na sexta-feira (25/04) na Bolsa de Nova York. O contrato com vencimento julho/2025 ganhou 33 pontos (1,85%), e fechou a 18,18 centavos de dólar por libra-peso. Os preços subiram após encerrarem os dois pregões anteriores em terreno negativo. O recuo do dólar ante o Real pode ter dado suporte. Além disso, uma nova projeção para a oferta do Centro-Sul do Brasil influenciou nas cotações. A Hedgepoint espera que a moagem de cana-de-açúcar na região fique em 621,2 milhões de toneladas, ante 630 milhões anteriormente, com produção de açúcar recalculada para 42,6 milhões de toneladas.
A queda é atribuída principalmente à seca dos primeiros meses do ano, que reduziu a produtividade, mesmo com leve aumento de área plantada. Esse ajuste reacende preocupações com a oferta global, ainda mais em um cenário de déficit estimado para a temporada 2024/2025 e dúvidas sobre o superávit de 2025/2026. As usinas relataram um aumento marginal na área, ao contrário de estimativas iniciais, que consideravam uma diminuição devido aos incêndios e à seca do ano passado. Consequentemente, ao combinar uma redução de 1,1% no TCH com um crescimento de 1% na área, a previsão de moagem foi ajustada de 630 milhões de toneladas para 621,2 milhões de toneladas.
Ainda assim, a representação do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) em Brasília estimou que a produção de açúcar do Brasil deve crescer 2,3% na safra 2025/2026, para 44,7 milhões de toneladas. Entre outras notícias, além do Brasil, o clima adverso em outras regiões produtoras segue no radar. A seca atinge partes significativas da China, incluindo até 85% da província de Guangxi, e preocupa no Paquistão, México, Leste Europeu e Rússia. Ainda que haja previsão de chuvas em algumas dessas áreas, a janela para recuperação é curta. As incertezas estão influenciando o comportamento de vendas, principalmente por parte da Tailândia, que ainda evita fixações significativas, à espera de preços mais altos.