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06/May/2025

Brasil: empresas de energia renovável se valorizam

De acordo com estudo da consultoria e auditoria PwC Brasil para a Industry Insights Energy & Utilities, as empresas de energia no Brasil se valorizaram 20% entre 2018 e 2022. A valorização, porém, foi ainda maior para aquelas que optaram pela oferta de produtos do segmento de energias renováveis: elas passaram a valer 25% a mais do que as com portfólio focado apenas na matriz energética fóssil. A pesquisa global ouviu e avaliou mais de 3 mil empresas, incluindo quase 150 no Brasil, que atuam nos segmentos de óleo e gás, energia, saneamento e distribuição. Além de mostrar o potencial da indústria de renováveis com dados concretos que poderão dar base para investidores interessados, especialmente os que visam a resultados de longo prazo, a pesquisa teve como objetivo compreender as tendências setoriais de mercado e os principais fatores de sucesso no setor de energia.

O mapeamento mostra que as companhias que trabalharam de forma integrada, tendo, por exemplo, petróleo, gás e renováveis em seu portfólio, tendem a manter maior resiliência frente às adversidades e às crises econômicas e políticas. Esse ponto é ressaltado considerando a época dos dados analisados, que compreendeu o período pré e pós-pandemia de Covid-19 e o início da guerra entre Rússia e Ucrânia. Esse é um dos pontos que justificam essa maior valorização. Ao olhar períodos de maior estresse, percebe-se que ter um portfólio balanceado traz mais estabilidade na geração de resultado. Há maior previsibilidade para o acionista sobre o comportamento da empresa, independentemente dos fatores externos. As empresas que ofertam renováveis apresentaram pontos positivos como menor volatilidade, mais previsibilidade e retorno, e Ebitda (lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização) 19% maior em média, frente às empresas especializadas em energias fósseis.

Em contraste, as companhias focadas em fontes fósseis apresentaram crescimento maior de receita, de quase 1% em relação aos pares renováveis. Isso é explicado pelo impacto da elevação do preço do barril de petróleo, em função de crises geopolíticas que pressionaram e demandaram esse mercado. Embora as renováveis tenham tido uma receita menor, o valor de mercado cresceu mais. As empresas de óleo e gás cresceram bastante, mas o valor delas ficou mais estável. É uma correlação que mostra que há uma pressão do mercado para uma saída de óleo e gás e um movimento a favor de renováveis favorecendo isso.

A tendência de valorização das renováveis já vem sendo observada pela PwC nos últimos anos e é “um caminho sem volta”. A perspectiva é de um sinal verde para o financiamento das energias renováveis, independentemente de futuros fatores externos, como o recente tarifaço imposto pelo governo dos Estados Unidos à cadeia global de suprimentos. Com a chegada de 2025 e de algumas discussões de âmbito internacional, o período é de incerteza. Mas, olhando por um período mais longo, essa valorização continuará. Haverá um aumento de demanda muito forte, e essa demanda vai ser suprida inevitavelmente pelos projetos de renováveis em primeiro plano. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.