ANÁLISES

AGRO


SOJA


MILHO


ARROZ


ALGODÃO


TRIGO


FEIJÃO


CANA


CAFÉ


CARNES


FLV


INSUMOS

26/May/2025

Petrobras planeja investimento em biocombustíveis

A crescente demanda por produtos e serviços de baixo carbono trouxe novas oportunidades para a Petrobras, informa a estatal em seu Caderno de Mudança do Clima publicado na sexta-feira (23/05). Ano passado, a empresa desembolsou cerca de US$ 600 milhões em iniciativas de baixo carbono, sendo US$ 474 milhões em iniciativas de descarbonização das operações; US$ 19,26 milhões em biorrefino; US$102 milhões em Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PD&I) em baixo carbono; e US$ 4,11 milhões de Fundo de Descarbonização da estatal. Além do biorrefino, a Petrobras vem avançando em frentes além do petróleo e gás natural (combustíveis fósseis que a empresa continuará buscando), enquanto evolui em alguns projetos para reduzir emissões de gases de efeito estufa (GEE), como etanol, biodiesel, biometano e hidrogênio sustentável.

A Petrobras planeja investir até US$ 2,2 bilhões no quinquênio 2025-2029, visando o ingresso no segmento de etanol preferencialmente via parcerias estratégicas minoritárias. A companhia está analisando as diferentes matérias-primas, intensidades de carbono, e possíveis sinergias visando produzir SAF (combustível sustentável de aviação) via rota álcool-para-jato (ATJ) e outros combustíveis sintéticos, para alcançar novos mercados internos e externos. A empresa destaca que o mandato do etanol passará dos 27% para 30% e pode chegar a 35%, ampliando a demanda. Também o biometano será desenvolvido por meio de parcerias e com participação minoritária da estatal, o que dará maior agilidade nas decisões. A empresa lançou este ano a primeira chamada de propostas para aquisição de biometano, com entregas a partir de 2026. Pretende também atuar na cadeia do biogás para produção, além de biometano, de fertilizantes, setor que foi retomado pela companhia.

O biodiesel, abandonado pela gestão do governo anterior, vai receber US$ 600 milhões em investimentos junto com o biometano para aumentar a participação da Petrobras nesse mercado. A expansão no setor, assim como nos demais segmentos, está em avaliação e deve ocorrer por meio de parcerias com players relevantes do mercado. A ambição é atingir um market share de 20% no mercado de biodiesel até 2030. Maior consumidora e produtora de hidrogênio cinza (fóssil) no País, a estatal também pretende ser player relevante no hidrogênio renovável. A primeira planta piloto para geração de hidrogênio renovável está em implantação na Usina Termelétrica do Vale do Açu, em Alto do Rodrigues, no Rio Grande do Norte, com capacidade de eletrólise de 2 megawatts (MW) e previsão de entrada em operação no primeiro trimestre de 2026.

Outra iniciativa será a implantação de hubs de CCUS (captura, utilização de armazenamento de carbono, na sigla em inglês) no Brasil, que visam prestar o serviço para o abatimento tanto das emissões próprias quanto de terceiros. Um projeto-piloto de CCUS está sendo desenvolvido no terminal de Cabiúnas, no Rio de Janeiro. O Programa Carbono Neutro da companhia, que deverá ser atingido em 2050, leva em conta ainda um Fundo de Descarbonização voltado para acelerar a descarbonização das operações (Escopos 1 e 2), visando o atendimento aos compromissos climáticos e ambição Net Zero. O fundo possui orçamento específico, atualmente de US$ 1,3 bilhão para o quinquênio 2025-2029.

A carteira de projetos aprovados para uso do fundo contempla 34 oportunidades de descarbonização, tendo um valor comprometido de cerca de US$ 430 milhões e com potencial de mitigação de 1,5 milhão de toneladas de gás carbônico por ano (tCO2e/ano) quando estiverem implementadas. Com um portfólio caracterizado pela dupla resiliência (econômica e ambiental), a empresa está preparada para a transição rumo a um futuro menos dependente de energias fósseis, e apoia proativamente essa transformação. A estatal detém uma vantagem comparativa na produção de óleo e gás, com uma produção de petróleo caracterizada por baixos custos e uma intensidade de carbono menor do que a média mundial. Essas condições permitem que a empresa concilie sua liderança na transição energética justa com a exploração responsável de óleo e gás no País. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.