ANÁLISES

AGRO


SOJA


MILHO


ARROZ


ALGODÃO


TRIGO


FEIJÃO


CANA


CAFÉ


CARNES


FLV


INSUMOS

09/Jun/2025

Raízen negociando a venda de mais quatro usinas

A Raízen, controlada pela Cosan e pela Shell, está com negociações em andamento de quatro usinas de cana-de-açúcar. São alvo das tratativas a Usina Santa Elisa, em Sertãozinho (SP), as usinas Rio Brilhante e Passatempo, em municípios homônimos em Mato Grosso do Sul, e a Usina Continental, no município de Colômbia (SP). As negociações estão ocorrendo com outras empresas locais que podem obter ganhos de sinergia com a incorporação dos ativos em seus polos produtivos. Em todos os casos, há possibilidade de se fazer a venda apenas dos canaviais ou conjuntamente com as usinas. No mercado, há a expectativa de que a Raízen coloque à venda ainda mais usinas.

Essas quatro unidades pertenciam à Biosev, que a Raízen comprou da Louis Dreyfus Company (LDC) em 2021. Os outros dois ativos que a Raízen vendeu recentemente também pertenciam à Biosev: a Usina Leme e os canaviais da Usina MB. A Usina Leme foi vendida a uma parceria entre a Usina Ferrari e a Agromen, enquanto os canaviais da Usina MB foram vendidos para a Usina Alta Mogiana. A compra da Biosev, que tinha então suas nove usinas, custou à Raízen R$ 3,6 bilhões, mas a transação se mostrou ao longo do tempo pouco vantajosa para a joint venture da Cosan e da Shell. Ainda que as lavouras tivessem bom índice de produtividade agrícola, as usinas herdadas da LDC não têm muita sinergia com as usinas que a Raízen já tinha, o que dificultou a gestão das unidades absorvidas.

A venda da Usina Leme e dos canaviais da Usina MB geraram uma receita de R$ 800 milhões para a Raízen. Para as quatro usinas em negociação no momento, a companhia espera que os ativos sejam avaliados por um valor de US$ 60,00 e US$ 70,00 por tonelada de cana-de-açúcar de capacidade instalada, mesmo que sejam vendidos apenas os canaviais destas unidades. Embora a companhia precise acertar essas vendas para se capitalizar e reduzir o peso de seu endividamento, a Raízen ainda tem a expectativa de conseguir um “bom preço” pelos ativos. Se a companhia conseguir fechar as transações na faixa de preços esperada, pode conseguir levantar R$ 4,5 bilhões com essas transações.

A companhia vem em um movimento de liquidação de ativos desde o ano passado para reduzir o peso de sua dívida. Na safra passada (2024/2025), a Raízen encerrou o exercício com uma dívida líquida de R$ 34 bilhões, o que elevou sua alavancagem para 3,2 vezes. Na safra, a empresa gastou R$ 5,7 bilhões apenas com juros da dívida. Para esta safra, a companhia tinha R$ 4,8 bilhões a pagar apenas em amortizações de dívidas. Além das usinas, a Raízen já informou que está negociando a venda de seu negócio de combustíveis na Argentina. Na semana passada, o fundador da Cosan, Rubens Ometto, afirmou que o processo de reestruturação da Raízen estava em curso. Fonte: Globo Rural.