09/Jun/2025
Os contratos futuros de açúcar fecharam em baixa na sexta-feira (06/06) na Bolsa de Nova York. O contrato com vencimento julho/2025 recuou 8 pontos (0,48%), e fechou a 16,49 centavos de dólar por libra-peso. Os preços caíram pela terceira sessão seguida, com a percepção de superávit global. A Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) reportou que os preços do açúcar cederam em maio pelo terceiro mês consecutivo. A queda foi atribuída à demanda mais fraca, em meio a preocupações com as incertezas do cenário econômico mundial e seu possível efeito na demanda das indústrias de bebidas e de processamento de alimentos.
Além disso, as previsões iniciais de uma possível recuperação da produção global de açúcar em 2025/2026, apoiadas por expectativas de maiores safras na Índia e na Tailândia, após o início antecipado da temporada de monções, exerceram pressão adicional. No Brasil, o clima colabora para a continuidade da moagem, com chuvas leves no início de junho, mas sem impacto significativo sobre o ritmo da colheita. Na Tailândia, cerca de 75% do açúcar que deve ser entregue em julho ainda não teve o preço fixado, o que pode gerar pressão adicional de venda no mercado nas próximas semanas.
Dados de exportação divulgados ontem pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex) indicam que os embarques começaram a acelerar no Brasil, ainda que abaixo do nível de igual período do ano passado: em maio, o Brasil exportou 2,257 milhões de toneladas de açúcares e melaços, uma queda de 19,6% na comparação anual. No acumulado do ano, até maio, as exportações somaram 9,526 milhões de toneladas, recuo de 29,6% em relação ao acumulado dos cinco primeiros meses de 2024. Entre outras questões, o corte de 5,63% no preço da gasolina pela Petrobras, anunciado na semana passada, pode reduzir a competitividade do etanol e, consequentemente, limitar o incentivo para que usinas aumentem a produção do biocombustível em detrimento do açúcar. Isso diminui o nível de preço em que as usinas poderiam começar a mudar o mix de produção.