26/Aug/2025
Segundo a Scania, embora tecnologias de emissão zero já estejam disponíveis, a descarbonização dos sistemas de transporte ainda esbarra no fato de que os combustíveis fósseis continuam sendo a opção mais rentável em quase todos os países do mundo, o que exige a intervenção do setor público para estimular a troca dos veículos mais poluentes. O grupo está avançando no desenvolvimento de sistemas de propulsão alimentados por baterias, mas considera que a adoção dos caminhões elétricos pesados tem desapontado, colocando em risco as metas de missões. Diante dos ataques à agenda climática após a posse do presidente Donald Trump, nos Estados Unidos, incluindo a saída da maior economia do mundo do Acordo de Paris, a COP30, conferência sobre mudanças climáticas que as Nações Unidas realizarão em novembro em Belém (PA), será importante para reequilibrar a narrativa sobre o enfrentamento do aquecimento global.
A empresa participará da conferência, com a ida de seu CEO global, Christian Levin, ao Pará. Pretende levar para a conferência a mensagem de que o sistema de transporte depende de um plano de ação que passa por investimentos em infraestrutura, mudanças de políticas públicas e incentivos tributários que permitam a viabilidade financeira dos veículos elétricos. É um sistema que precisa de mudanças. É quase como o que foi passar dos cavalos para o motor a combustão. Agora, a evolução é dos motores a combustão para a eletrificação. A grande barreira a ser superada está no fato de que para os transportadores (ou seja, os clientes da montadora) transportar cargas com combustíveis fósseis é na maioria dos casos mais lucrativo do que com energia limpa. Se não render dinheiro, a transição aos veículos comerciais elétricos não acontecerá. Se fizer as contas com base nas regulamentações atuais, é mais rentável trabalhar com os combustíveis fósseis.
E isso é definitivamente uma barreira que precisa ser trabalhada mais intensamente. A Scania faz, desde 2016, um investimento pesado na descarbonização. No entanto, nove anos depois a substituição dos combustíveis fósseis ainda precisa andar mais rápido nos sistemas de transporte. As metas do Acordo de Paris são desafiadoras e há preocupação em relação ao alcance da meta que prevê para este ano o corte de 20% nas emissões das frotas das transportadoras. Alcançar os 20% é um grande desafio. Diante das tensões geopolíticas e das barreiras ao comércio nos Estados Unidos que geram insegurança a novos investimentos, a COP30 será provavelmente a mais importante em um bom tempo. Houve progresso, ainda que não na velocidade necessária, das fontes renováveis como energia solar e eólica. Nas estradas, porém, os governos precisam trabalhar mais em infraestrutura de distribuição e recarga dos veículos movidos a energia elétrica. Sem isso, a eletrificação do sistema de transporte não será possível. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.