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09/Oct/2025

Bebidas Alcoólicas: venda online de rótulos e lacres

“Vendo vários modelos de garrafas, tenho bastante”, diz um anúncio no Facebook, com origem em Mogi das Cruzes (SP). Na Shopee, uma série de anúncios também comercializa lacres e garrafas vazias de marcas famosas de bebidas alcoólicas (e em bom estado). O comércio de rótulos, lacres e garrafas na internet ocorre sem controle. Em uma pesquisa rápida, foram encontradas seis páginas e grupos no Facebook promovendo a venda de garrafas vazias e rótulos de marcas famosas que, eventualmente, podem contribuir no processo de falsificação de bebidas alcoólicas. Na Shopee, a situação é parecida. É possível encontrar uma série de anúncios de materiais como rótulos e lacres. A Shopee diz cumprir todas as leis locais e exigir que os vendedores no marketplace as cumpram.

“Temos sistemas para identificar e remover anúncios irregulares e, quando identificados, eles são imediatamente suspensos. Mesmo quando não há ilegalidade, ficamos sempre atentos a acontecimentos e situações que possam oferecer riscos aos nossos usuários e tomamos as medidas cabíveis de acordo com cada situação”, diz a Shopee. A Meta (responsável pelo Facebook) informou que não iria se pronunciar sobre o tema. O setor de bares e restaurantes destaca que a fiscalização é fundamental. Garrafas vazias e rótulos são as matérias-primas do crime, as matérias-primas das falsificações. As plataformas têm, inclusive, o compromisso moral de buscar soluções para esse tipo de comércio, diz a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes de São Paulo (Abrasel-SP).

A Advocacia-Geral da União (AGU) notificou a Meta para que adote medidas de bloqueio e remoção de conteúdo que promova a venda ilegal de lacres, tampas, rótulos e garrafas de bebidas alcoólicas e informe também as providências adotadas para identificar e moderar os conteúdos ilícitos, além de preservar provas (como registros de publicações, autores e mensagens). De acordo com a AGU, o não atendimento ao pedido poderá resultar em medidas judiciais nas esferas civil, administrativa e criminal. No Facebook, a foto que acompanha o anúncio sugere centenas de garrafas vazias, vendidas a R$ 1,00 por unidade. Outro grupo, com mais de mil membros, vende garrafas vazias de uísque e vodca.

Neste caso, a foto que ilustra a página mostra uma popular marca multinacional de uísque. Além das garrafas vazias, a página indica possuir as embalagens intactas do produto. O mesmo cenário é encontrado na Shopee. Por lá, uma série de anúncios vende garrafas vazias de marcas famosas (e em bom estado). Além disso, lacres genéricos, que podem confundir o consumidor, estão à venda na plataforma. Vale ressalvar que garrafas vazias podem ser usadas com propósitos diversos, e não necessariamente o de falsificação. Em alguns casos, podem servir como decoração, serem usadas como vasos ou apenas um item colecionável.

Já existe uma parceria entre a Abrasel e o Mercado Livre, em que a entidade avisa sobre a venda de garrafas ou outros produtos que podem levar à falsificação e a plataforma retira o anúncio do ar. Esse modelo poderia ser replicado para outras plataformas. Além disso, a entidade pede para as autoridades que as investigações sejam mais rápidas. O setor também é vítima desta situação. O Mercado Livre suspendeu, na terça-feira (07/10), os anúncios de bebidas alcoólicas destiladas até que a situação de crise esteja melhor controlada nas esferas pública e privada. “Estamos solidários com as pessoas afetadas e reforçando a segurança de nossos clientes”, disse o vice-presidente sênior e líder do Mercado Livre no Brasil, Fernando Yunes. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.