09/Oct/2025
O ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, afirmou na terça-feira (07/10), que uma das hipóteses investigadas pela Polícia Federal é de que o metanol utilizado para adulterar bebidas tenha origem em caminhões e tanques abandonados pelo crime organizado após a Operação Tank. Muitos caminhões e tanques de metanol foram abandonados depois da operação. Essa é uma hipótese que está sendo estudada pela Polícia Federal. Uma identificação mais precisa dependerá do tipo da substância utilizada: se é de origem vegetal, gerada pela própria fermentação da produção de bebidas, ou mineral. No último caso, pode haver ligação com a operação federal. Conforme o balanço mais recente, São Paulo tem 176 casos no total, com 158 em investigação, incluindo 7 óbitos que estão em análise. Segundo dados do governo, 38 ocorrências foram descartadas após os exames não apontarem contaminação por metanol, e outras 35 começaram a ser investigadas.
Até terça-feira (07/10), 13 Estados haviam notificado casos: São Paulo, Acre, Ceará, Espírito Santo, Goiás, Minas, Mato Grosso do Sul, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio, Rondônia e Rio Grande do Sul. Bahia, Distrito Federal e Mato Grosso descartaram casos sob análise. As investigações estão no início. Ainda não é possível avançar em nenhuma conclusão, seria até temerário, afirmou Lewandowski. O ministro explicou ainda que os responsáveis pela adulteração não necessariamente pertencem a organizações amplamente conhecidas, como o PCC. Pode ser que haja uma organização criminosa especializada em distribuir metanol para adulterar bebidas, o que não deixa de ser uma organização criminosa. Segundo Lewandowski, outro alvo que será atacado pelas investigações será a comercialização de selos, tampas e rótulos pela internet.
Hoje a venda de rótulos, lacres e tampas que podem servir para adulteração das bebidas é praticamente livre, não tem um controle maior, essa é uma área que precisa ser atacada, porque é aí que surge grande parte da origem das bebidas adulteradas com metanol, afirmou o ministro. O governo não quer paralisar um setor importante da economia nacional, que é o de bebidas. É preciso separar o ‘joio do trigo’. Então, haverá muita clareza aos atacar aqueles comerciantes que estão adulterando as bebidas de forma intencional e preservar aqueles comerciantes que estão atuando dentro da legalidade, disse Lewandowski. O Ministério da Justiça e Segurança Pública criou um comitê para lidar com a crise, que inclui a participação do setor privado. A Pasta vai criar um site para informar sobre as medidas tomadas para responder à crise.
A Confederação Nacional da Indústria (CNI) anunciou nesta quarta-feira (08/10) que trabalhará junto ao governo federal contra a falsificação de bebidas. Em reunião no Ministério da Justiça e Segurança Pública na terça-feira (07/10), entidades do setor manifestaram apoio às ações da Pasta contra falsificação e adulteração de bebidas destiladas. A CNI vai integrar o grupo de trabalho criado pelo governo para enfrentar a crise do metanol e se solidariza com familiares de vítimas do consumo de bebidas adulteradas com o produto. A CNI classificou ainda como "acertada e prudente" a decisão do ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, de criar o Comitê de Enfrentamento da Crise do Metanol. Segundo a entidade, isso garante a racionalização de ações em curso e a convergência de esforços público-privados em torno um Plano de Ação comum, substancial e pragmático. Fonte: Broadcast Agro. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.